Após 12 meses de cirurgias, gêmeas siamesas separadas voltam para Piquerobi neste sábado
O Imparcial
A família das gêmeas Allana e Mariah, submetidas a um longo processo de separação depois de terem nascido unidas pela cabeça, retornará neste sábado (25) para Piquerobi. As meninas seguirão sendo acompanhadas pela equipe multidisciplinar de um serviço especializado. Elas devem voltar ao Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo) de Ribeirão Preto (SP) no início de 2024, quando passarão por novos exames e avaliações médicas e de reabilitação.
Allana e Mariah- Ao longo de 12 meses, foram realizadas quatro neurocirurgias meticulosas que culminaram na completa separação das cabeças de Allana e Mariah, além de um procedimento cirúrgico em que foram inseridas bolsas de silicone abaixo do couro cabeludo e coleta de células-tronco das irmãs.
O processo demandou dedicação total da equipe médica, que trabalhou 27 horas ininterruptas durante a cirurgia final. O sucesso envolveu o uso de uma técnica inédita no processo de reconstrução dos crânios das gêmeas.
No procedimento cirúrgico realizado em julho, além da inserção de bolsas de silicone abaixo dos couros cabeludos, células-tronco foram coletadas da bacia das meninas, passando por um rigoroso processo de seleção no Hemocentro de Ribeirão Preto. Essas células foram, então, preservadas em tanques de nitrogênio líquido por quatro meses, até serem utilizadas na última cirurgia de separação de Allana e Mariah, com o objetivo de melhorar a formação óssea na cabeça das irmãs.
Além disso, a tecnologia foi uma importante aliada. O procedimento foi minuciosamente planejado com exames clínicos, laboratoriais e de imagem de ressonância magnética e tomografia computadorizada, integrados em sistema de realidade virtual, também inédito no caso. Os recursos contribuíram para que os cirurgiões pudessem visualizar com óculos especiais a anatomia dos crânios e dos cérebros e a relação espacial dos vasos sanguíneos das gêmeas.