A Vigilância Epidemiológica de Osvaldo Cruz confirmou o quinto caso de Leishmaniose Visceral Americana (LVA) do ano em humanos na cidade. O município soma 37 casos da doença, dentre elas cinco mortes, desde 2007.
Segundo o órgão, já foi iniciada a quarta etapa do inquérito canino, que visa identificar cães portadores de leishmaniose e retirá-los da área urbana, prevenindo novos contágios em animais sadios e, consequentemente, em humanos.
A Vigilância Epidemiológica aponta ainda que após o início desse trabalho, Osvaldo Cruz registrou diminuição dos casos, porém, a recusa na retirada do cão positivo tem contribuído para um novo aumento do registro em humanos.
“Vale lembrar que os sintomas da leishmaniose em humanos são febre por mais de 10 dias, dor abdominal, perda do apetite, perda de peso, cansaço e palidez. Na ocorrência de febre, procure um médico, não se automedique, pois poderá mascarar os sintomas e o quadro pode agravar. Essa doença, se a procura for tardia, leva a óbito”, alerta a responsável pela Vigilância, Tânia Midori Matsura.
Atualmente, o Ministério da Saúde proíbe o tratamento de cães com leishmaniose com medicamentos para uso humano e determina o sacrifício desses animais. “Em razão disso e devido a íntima relação do cão com seus proprietários, manter um animal infectado em áreas receptivas para o vetor é um risco principalmente para crianças, idosos e pessoas imunocomprometidas”, fala.
A doença
A leishmaniose é transmitida ao cão pela picada de um mosquito palha, birigui ou cangalhinha, infectado com o protozoário do gênero Leishmania. Diferente de outros mosquitos, o birigui não necessita de água parada para o desenvolvimento de suas formas larvárias, dificultando o seu controle e, consequentemente, favorecendo a transmissão da doença. Após a picada, o protozoário atinge a circulação sanguínea do cão e invade as células, iniciando sua replicação.
A partir do momento em que o cão possui a Leishmania em sua corrente sanguínea, passa a ser fonte de infecção para os mosquitos que, por sua vez, podem contaminar outros cães e os seres humanos.
No cão, os sintomas são bastante variáveis. São comumente observadas lesões de pele, acompanhadas de descamações e, às vezes, úlceras, além de depressão, apetite diminuído e perda de peso. Alguns cães apresentam um crescimento exagerado das unhas e também dificuldade de locomoção. Em um estágio mais avançado, há o comprometimento do fígado, baço e rins, podendo levar o animal à morte.
“Para prevenir a leishmaniose é fundamental que a população mantenha os quintais livres de criadouros do inseto transmissor da doença”, concluiu a enfermeira.