O Dia de Reis data em que os grupos de Folias de Reis promovem festas para brindar o dia em que Jesus Cristo recém-nascido, recebeu a visita dos três Reis Magos – Melchior, rei da Pérsia; Gaspar, rei da Índia e Baltazar, rei da Arábia foi comemorado ontem, 6. A data, que é uma das mais importantes do calendário cristão, representa também o encerramento das festividades natalinas, com o desmanche das árvores e enfeites de Natal.
O Dia de Reis data em que os grupos de Folias de Reis promovem festas para brindar o dia em que Jesus Cristo recém-nascido, recebeu a visita dos três Reis Magos – Melchior, rei da Pérsia; Gaspar, rei da Índia e Baltazar, rei da Arábia foi comemorado ontem, 6. A data, que é uma das mais importantes do calendário cristão, representa também o encerramento das festividades natalinas, com o desmanche das árvores e enfeites de Natal.
Em Flórida Paulista já existiu ao menos cinco Folias de Reis. A última delas que sobreviveu durante 20 anos parou as atividades em 2011. Os líderes Geraldo Ribeiro dos Santos e sua esposa Aparecida Maria da Silva contam que a falta de incentivo e apoio das autoridades fizeram com que a Folia de Reis Estrela Guia que se destacou em Flórida Paulista e região por duas décadas fosse desfeita.
Formada por 14 integrantes, sendo o palhaço, bandeireira, chefe e foliões, o grupo que era conhecido e ainda lembrado como a “Folia do Geraldão”, percorria toda a cidade e passava de casa em casa levando músicas que contavam o nascimento de Jesus Cristo.
Geraldo foi chefe, cantor e tocador de bumbo; ele diz sentir saudade da época. Segundo ele, o gosto pela tradicional festa foi herança do seu avô, que o levava para as visitações das casas desde os 7 anos de idade. “Sempre gostei. Meu avô tinha uma Folia de Reis na Bahia, onde morei quando pequeno e sempre o acompanhava. Em todas as cidades que morei dava um jeito de participar das folias e depois de muitos anos consegui montar a minha própria”, conta orgulhoso.
O folião relembra da época em que o grupo se apresentava e como eram bem recebidos. “Durante a semana tocávamos das 19h às 22h, mas aos sábados, a gente varava a madrugada”.
Ele conta que era “sagrada” a visitação das casas no mês de dezembro. “Começávamos no dia 13, dia de Santa Luzia, no dia 20 rezávamos o terço e promovíamos uma festa e o encerramento era no dia 6, quando tocávamos na igreja, para o menino Jesus, ainda no presépio”, explica.
Promover a festa, que costumava reunir cerca de 300 pessoas em sua própria casa, se tornou cada vez mais difícil. Há três anos, o casal decidiu então, encerrar a Folia de Reis. “Até certo período tivemos incentivo para promover as festas, mas nos últimos dez anos, se tornou cada vez mais complicado. Faltava espaço adequado, dinheiro, mesa, cadeira, de tudo. Apesar das pessoas apoiarem e doarem os alimentos, as autoridades não colaboravam com a gente”, lamenta.
O folião descreve que o grupo foi composto por familiares e amigos, mas que aos poucos foi se desfazendo e perdendo a força, alguns faleceram e outros foram embora da cidade.
Geraldo revela que tem o sonho de um dia voltar a tocar e que é muito procurado por amigos a retomar. “Adoraria voltar, minha vontade era tocar até morrer, mas sem incentivo é complicado”, finaliza.