Às margens do córrego Ribeirão das Marrecas, no bairro Mocotó, em Panorama, moram 54 famílias em frágeis casas de alvenaria condenadas pela infiltração e rachaduras causadas pela proximidade com um dos principais afluentes do Rio Paraná, numa área que oferece risco para estabelecer moradia, segundo inspeções realizadas pelo Corpo de Bombeiros e Prefeitura, em alguns imóveis da vizinhança.

Mesmo sabendo do perigo de desmoronamento, uma boa parte dessas famílias resistem a sair do local alegando espera de indenização da Companhia Energética do Estado de São Paulo (Cesp) e o desacordo em pagar parcelas do financiamento da casa popular. Em nota, a Companhia Energética alegou desconhecer qualquer tipo de pagamento a ser feito a moradores do bairro.
Numa alternativa de retirada dessas famílias, a Prefeitura mantém assinado há vários anos, o convênio com a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), reservando 54 casas populares no recém inaugurado Conjunto Habitacional ‘Prefeito Derocy Alves Valença’. No entanto, somente 34 famílias das 54 aceitaram a
remoção para a nova moradia.
De acordo com o escritório Regional da CDHU em Presidente Prudente, as 20 casas recusadas serão encaminhadas para os suplentes.
A CDHU aguarda a chegada dos laudos a serem enviados pela Prefeitura que comprovem o grau de risco da moradia habitada pelas 34 famílias, para poderem proceder com a documentação.
Na opinião do líder comunitário João Paes Franco, “as famílias [da área de risco do bairro Mocotó] não deixarão de morar na casa própria com terrenos que chegam a medir 1.000 m² a 1.200 m² para se mudarem para casas bem menores, além de assumirem parcelas de financiamento a perder de vista”.