Com objetivo de dinamizar, capacitar e melhorar a qualidade do comércio local, um grupo de empresárias se uniu e está formando uma associação denominado Mulheres Empreendedoras de Junqueirópolis (MEJ). O grupo que já conta com 31 integrantes, se reúne periodicamente para discutir as formas de atuação e formalizar a entidade.

A proposta da MEJ é criar uma associação de abrangência não só na cidade, como também na região. “O foco são as mulheres, incentivá-las a trabalhar, oferecendo condições de se aperfeiçoarem e ingressarem no mercado de trabalho.
Esse incentivo às mulheres tem como finalidade também, capacitar à mão-de-obra feminina, que trabalhava no corte de cana no campo, mas com a mecanização da colheita, estão ficando sem opção de emprego. “Para que essa mão-de-obra tenha uma profissão, é necessário qualificá-las e da mesma forma, fazer com que uma mulher que já exerce uma atividade, o caso de uma costureira, outra que produz bolos, mas necessita de uma orientação para melhorar a produção, se aperfeiçoarem e exercerem a atividade de forma profissional”, explicam as representantes do grupo que compareceu na sede do Jornal Regional. As representantes MEJ que estiveram no Jornal, são a artesã e especialista em modelagem, Flávia Lopes Gama Bellaroza, a cabeleireira e artesã, Maria Aparecida Moraes Ramos e a empresária, Miriam Namie Fudo Kumagai.
“A circulação do dinheiro no comércio gera mais empregos, mas é preciso investir na qualidade dos serviços, implantar tecnologias para disputar com a concorrência”, explicam. As principais concorrências no comércio local atualmente, de acordo com as empresárias, são as cidades vizinhas e também Presidente Prudente, mas principalmente as compras pela internet e facebook.
“Por isso, é necessária a profissionalização, capacitar e incentivar as comerciantes, para isso, estamos mantendo parcerias com a Prefeitura, a Associação Comercial (ACE), Sebrae que já promoveu um curso de planejamento e estamos procurando novas parcerias, como o Senai”, explicam.
INFORMALIDADE – A iniciativa das empresárias inclui ainda, regularização de trabalhadores que estão na informalidade. Para isso, estimulam a adesão ao programa Micro Empreendedor Individual (MEI), programa do Sebrae.
“Aderindo ao MEI, o microempresário terá os serviços informatizados, conta jurídica que permite acessos a linhas de crédito a juros mais baixos para expandir os negócios, como o Banco do Povo”, ressaltam. Com uma associação organizada, explicam que é possível reduzir custos, uma vez que as compras dos produtos para comercializar podem ser feitas de forma coletiva.
Outra abordagem da associação é buscar em conjunto, soluções para dificuldade que uma empresa está passando. “Isso poderá ser feito não somente com o comércio da cidade, mas também da região”.
INADIMPLÊNCIA – A principal barreira que o comércio local enfrenta hoje é a inadimplência que é alta. “Esse é o principal objetivo, conscientizar os comerciantes a atualizarem os seus sistemas de vendas, por meio do cartão de crédito, ou quem não possuir, utilizar boletos bancários para o pagamento que é uma questão de segurança”, enfatizam.
Elas informam que grande parte dos comerciantes ainda utiliza o sistema de notas comuns de vendas, apenas com a assinatura do consumidor, o que não oferece garantias ao lojista que acaba tendo prejuízos. “O pior, é que muitos desses inadimplentes, compram à vista pelo cartão em outras cidades”, explicam.
Uma sugestão para o comerciante que não queira arcar com os gastos de uma máquina operadora de cartão de crédito, é utilizar o aparelho celular. “Existem aplicativos que podem substituir as máquinas de cartões de crédito e ficam bem mais em conta”, acrescentam.
“É preciso conscientizar o comerciante e para isso é necessária a capacitação”, ponderam, referindo-se à resistência que ainda existe de comerciantes em aderirem às inovações, propostas que irá beneficiá-los”, explicam.
De acordo com a MEJ, hoje, 80% do comércio da cidade é administrado ou gerenciado por mulheres. Uma das próximas metas da futura associação é realizar uma pesquisa para levantar as necessidades existentes no comércio local.
A comissão da MEJ é formada também pela fisioterapêuta Débora Borges de Freitas, e as empresárias, Maria Aparecida Morcelli, Gizele Silva Correia Henrique e Janaina Crespilho Rocha.