Os alunos do 4º termo do curso de Agronomia e do 6º termo do curso de Tecnologia em Agronegócio das Faculdades Adamantinenses Integradas (FAI) participaram de um experimento diferente na tarde da sexta-feira, 15, utilizando alta tecnologia.
O projeto é realizado pela FAI em convênio com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) numa parceria com a Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético (Ridesa), por meio da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar) e com a Raízen pretende avaliar um experimento da fisiologia da floração e maturação da cana-de-açúcar utilizando imagens obtidas a partir de drones (veículos aéreos não tripulado e guiados por controle remoto).
“A gente quer saber qual [das três variações de cana-de-açúcar plantadas no campo experimental] vai ter mais inflorescência e, como as parcelas são muito altas, não dá para andar no meio delas e avaliar o florescimento da cana porque essas variedades são de alta produtividade e, para isso, estamos usando os drones para filmar todas as parcelas do experimento para fazer essa avaliação”, explicou o coordenador dos cursos de Agronomia e Tecnologia em Agronegócio da FAI, Prof. Dr. Vagner Amado Belo de Oliveira.
Com o auxílio do setor de Tecnologia da Informação e cursos de Informática da FAI, o projeto prevê o desenvolvimento de um software que contribua para o levantamento dos dados recolhidos no campo experimental.
“Em sala de aula vamos pegar os dados de TCH [toneladas de cana-de-açúcar por hectare] que tiramos, visualizar e discutir essas imagens com os alunos, fazer algumas modelagens para inferir a imagem com problema de doença ou de praga e avaliar principalmente essa questão de florescimento das variedades e as análises estatísticas e industriais da cana-de-açúcar, traçando um paralelo das características fisiológicas, morfológicas e bioquímicas da plantação”, revelou o coordenador dos cursos.
DRONES – Utilizados no experimento dos cursos de Agronomia e Tecnologia em Agronegócio da FAI na última sexta-feira, os drones (que significa zangão, em inglês) são Veículos Aéreos Não Tripulados (VANT) ou Veículos Aéreos Remotamente Pilotados (VARP), de tamanhos e formas variadas e geralmente guiados por controle remoto, que carregam em sua estrutura câmeras filmadoras ou fotográficas para o registro de imagens aéreas.
“O drone que estamos operando aqui hoje tem seis motores que estão ligados a uma controladora que tem acelerômetros e giroscópios, que fazem o controle do voo dele. Esse drone está equipado com uma câmera Full HD para filmagem e tem outra câmera, dessas simples de segurança, para voos de longa distância. Com ele, nós conseguimos nos deslocar a uma longa distância, fotografar ou filmar a área desejada e, depois, recolher os dados para análise”, esclareceu Fernando Godoy, instrutor de voo e proprietário do drone, ao lembrar que a autonomia de voo do aparelho é de até três quilômetros de distância.
Com as imagens dos drones em mãos, os alunos, orientados pelos professores doutores Vagner Oliveira e Delcio Cardim, poderão identificar quais as variações com maior e menor inflorescência, desenvolvimento da cana, coloração, aspectos nutricionais e até manchas na plantação ocasionadas por pragas ou doenças e correlacionar essas informações com os índices de produtividade.
“Essa é uma tecnologia já utilizada em escala comercial e que estamos incorporando aqui na FAI também. A nossa ideia é desenvolver tecnologia e um corpo de pesquisa aqui na Alta Paulista para cana-de-açúcar, café, e não importar técnicas de Ribeirão Preto ou Piracicaba, que têm outro solo, outro clima, outras realidades, outro ambiente de produção, e começar a desenvolver tecnologias personalizadas para o nosso setor sucroalcooleiro da Alta Paulista”, afirmou o Prof. Dr. Vagner Oliveira.