Industriais do setor ceramista da região da Nova Alta Paulista criticaram o aumento de 40,7% na conta de energia elétrica da indústria anunciado no começo de agosto pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), para regiões atendidas pela concessionária Elektro, e empresários já falam em plano de demissão para equilibrar contas.
De acordo com a Aneel, o item que mais impactou o reajuste da Elektro foi o aumento dos custos que a concessionária teve com a compra de energia. Fatores como aumento nos custos com transporte de energia e pagamento de encargos setoriais também influenciaram.
Preocupado com a notícia, o empresário e presidente da Incoesp (Cooperativa das Indústrias Cerâmicas do Oeste Paulista), Luiz Pereira, reclamou que ninguém esperava um aumento tão alto. Disse ainda, sobre a dificuldade de repassar um custo alto dessa natureza no preço do produto final.
Com a concorrência de preços com outros polos cerâmicos do estado de São Paulo e a sobra de material estocado no pátio das cerâmicas, a espera de venda fica difícil dissolver este custo no valor final da mercadoria. “A gente esta meio sem saber o que fazer na verdade. Estou dispensando funcionários, abaixando a produção e tentando abaixar o máximo o consumo de energia elétrica. Devo pagar uns R$ 42 mil ao mês com este aumento na fatura”, explicou Pereira, proprietário da Cerâmica Potiguara em Panorama.
De outro lado, empresários a exemplo de José João Pereira, proprietário da Cerâmica 3M em Panorama, classificou a chegada do reajuste num ‘mau momento’, afirmando que vai tentar repassar pelo menos R$ 10 no custo final do ‘milheiro’ do tijolo.
Com uma fatura de energia calculada em R$ 16 mil, com base nos 40,7%, o empresário não descarta a hipótese de demitir funcionários. “Se eu não conseguir repassar este custo, vou reduzir a produção e mandar funcionários embora”, disse.