A Associação de Açougueiros de Adamantina se reuniu nessa segunda-feira, 9, no plenário com os vereadores, para expor a intenção do grupo em adequar o Matadouro Municipal para que o local possa voltar a operar.
Utilizado em média por 22 açougues e mercados da cidade, o Matadouro funcionou ao longo dos últimos anos com abate de 400 cabeças de gado por mês, mas está fechado a mais de um ano.
Em 2013 o local foi multado pela Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) por não obter licença ambiental para operar. No mês de outubro, a Prefeitura que é legalmente a responsável pela administração do espaço, decretou a interdição das atividades no Matadouro. Desde então, os usuários do local tiveram que buscar outros meios para oferecer carne aos consumidores. De acordo com os representantes da classe, “os empresários que abatem mais carnes estão recorrendo para outros matadouros, enquanto os empresários menores estão reféns dos frigoríficos”, disse um dos proprietários de açougue durante a reunião de segunda-feira. “Quem mais sofre com isso são os consumidores que acabam comprando carnes de menor qualidade”, concluiu.
Recentemente a Prefeitura demonstrou apoio a instalação de uma fábrica de osseína no espaço do Matadouro, uma vez que a licitação de concessão de uso do espaço foi declarada deserta. Para Maercio Ravazzi, que representa o grupo, “Quanto a outras empresas que querem trazer mais empregos para Adamantina, acho que o espaço do matadouro seria pequeno para essas empresas que querem investir tão alto. Deveria haver um terreno maior e mais adequado para esta empresa”, disse.
Segundo Ravazzi, “Lá dentro, o matadouro está dentro das regras, o problema nosso é ambiental”, explicou. Vale lembrar que uma das irregularidades apontadas pela Companhia foi referente ao modo como o descarte das fezes e sangue dos animais era feito.
Durante o diálogo com os vereadores, Ravazzi falou da necessidade em contratar um engenheiro ambiental para apontar o que deve ser feito para obtenção da licença ambiental. A Associação se comprometeu, caso haja acordo com a Prefeitura, em buscar recursos para fazer as adequações necessárias para a reabertura do local e que para isso conta com a ajuda da Câmara Municipal.
Outra proposta da Associação é buscar parceria com a FAI (Faculdades Adamantinenses Integradas) para a realização de estágio de alunos do curso de Medicina Veterinária para a realização de inspeção animal.
“O primeiro passo já foi dado que é esta união e parceria de todos, e também ter junto ao prefeito Ivo Santos a possibilidade de nos dar uma certa autonomia, que é poder começar mexer nesse matadouro, com a reforma, em cima de projetos ambientais, pois o problema do nosso matadouro não foi com a Vigilância Sanitária, muito pelo contrário, na nossa região o matadouro é um dos mais adequados. O único problema foi ambiental e então temos que fazer um estudo muito bem elaborado com engenheiros ambientais para iniciar essa reforma. Já que a prefeitura não possui verba, nós com a união de açougueiros e com a união de todos com certeza vamos conseguir levar esse projeto adiante”, relatou o empresário.
A presidente da Câmara, Maria de Lourdes Santos Gil disse que levará a proposta ao prefeito Ivo Santos. “Nós vamos falar com o Executivo, marcar reunião com o prefeito e alguns secretários, e também com os vereadores, para sentirmos o que o prefeito tem a nos dizer sobre o assunto matadouro e depois, talvez, ter outra reunião com os açougueiros que estão interessados em dar andamento e reativar nosso matadouro”, finalizou.