Famílias do bairro Nosso Teto, em Panorama, que tiverem suas casas atingidas pela tempestade no dia 10 de setembro, se queixam da demora no envio de materiais de construção e mão-de-obra prometidos pela Prefeitura para ajudar na reconstrução das casas.
Arrumando a laje de casa debaixo de forte sol, Cristiano Silva da Conceição, afirmou ter ganhado padrão de energia de uma igreja evangélica e nove mil tijolos da Incoesp (Cooperativa das Indústrias Cerâmicas do Oeste Paulista). “A prefeitura me ajudou apenas com cesta básica”, disse.
Do outro lado da rua, uma perua Kombi da prefeitura estacionava carregada com sacos de cimento e cal em frente à casa do operário Edinaldo Luiz da Silva, que planeja reerguer dois cômodos e um banheiro derrubados no vendaval. A esposa de Edinaldo confirmou que aquele material chegou um mês depois da ida dela no cadastramento de famílias afetadas.
Na esquina do quarteirão da mesma rua, Gilmar Alves de Moraes, conferia o descarregamento das barras de ferro trazidas no caminhão do depósito de materiais de construção de Dracena a pedido da sogra que gastou R$ 400.
Paciente de arritmia cardíaca em tratamento, Moraes usava uma mão para limpar o suor do rosto e a outra para segurar a enxada usada para cavar o buraco do alicerce para desabafar sobre a demora da prefeitura a enviar materiais de construção e pedreiros para ajudá-lo a levantar a casa. Ele mora de favor na casa de parentes.
No exato momento que reclamava a reportagem, um trator da prefeitura encostava para deixar duas janelas usadas.
A duas quadras dali, a desempregada Elenita Ramalho Nerez e seus dois filhos vivem provisoriamente em dois cômodos cedidos pelo Governo Municipal no prédio onde funcionava a pastoral da criança e o projeto Mais Educação. Assim como qualquer um dos desalojados, deseja ver reconstruída a casa onde nasceram seus filhos.
OUTRO LADO – De acordo com a Prefeitura, a Assistência Social, Engenharia e Arquitetura, realizaram vistorias as famílias desalojadas classificadas de casos ‘grave’ que não possui condições financeiras.
No que diz respeito à reconstrução das residências, a administração municipal está direcionando ajuda através de terceiros, ou seja, empresas, entidades e população. Os quais seguem criteriosamente uma listagem de famílias mapeadas pelo Serviço Social do município. A dificuldade é a mão-de-obra especializada, portando não existem pedreiros a disposição da prefeitura para atender a demanda.