Adamantina recebeu na segunda-feira, 7, a visita de técnicos do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), para mapeamento das áreas de risco, onde ocorrem inundações. O trabalho técnico foi solicitado pela Defesa Civil do Estado de São Paulo.
O levantamento do pesquisador do IPT foi realizado em três locais. Em dois, há inundação e no outro alagamento.
A reportagem do Siga Mais entrou em contato na manhã de terça-feira, 8, com o presidente da Comissão Municipal da Defesa Civil (Comdec), Reinaldo Turra Júnior, que acompanhou a vistoria. Em Adamantina, estiveram na esquina da alameda Fernão Dias com a avenida Dr. Adhemar de Barros (proximidades do Fórum ), na região da Alameda Santa Cruz (trecho entre a rua Joaquim Nabuco e rua Euclides da Cunha) e no Parque dos Pioneiros.
Em relação à região da alameda Santa Cruz, há uma captação de águas pluviais subdimensionada, que acaba gerando alagamentos e direcionamento superficial por um corredor sanitário entre os terrenos, provocando, por consequência, alagamentos na rua paralela – alameda dos Expedicionários.
Em relação ao Parque dos Pioneiros, Turra explicou que além do levantamento, foi conversado com os técnicos sobre alternativas para o local. A mais aceita é a construção de um canal aberto, em substituição às galerias subterrâneas, que cederam em diversos pontos.
O canal consumiria investimentos próximos a R$ 4,5 milhões, enquanto uma nova galeria subterrânea tem custo estimado de R$ 6 milhões. Em qualquer das hipóteses, segundo Turra, é imprescindível buscar recursos, sobretudo na esfera federal, junto ao Ministério das Cidades, por meio de emendas parlamentares.
Ele defende que sejam pleiteadas emendas parlamentares com diferentes deputados, que somadas permitiriam a execução das obras, até mesmo por etapas.
VISTORIA EM INÚBIA PAULISTA – A vistoria também foi realizada em Inúbia Paulista, em um local onde há inundação, como explicou o coordenador do levantamento, Marcelo Fischer Graman. “Lá já estão sendo feitas obras de melhorias e é provável que futuramente não ocorra mais. Também fomos em outras três áreas onde havia o mesmo problema, mas com ampliação das galerias e tubulações tudo foi resolvido”, disse Gramani.
Ele ainda está avaliando a situação nos municípios para fazer a classificação de risco. “Em Inúbia Paulista, tende a ser de baixo ou médio risco. Em Adamantina, por ter mais casas próximas e ser mais frequente, deve ser de risco médio ou alto”, destacou.
LEVANTAMENTO – A ação dos pesquisadores do IPT em Adamantina e Inúbia Paulista faz parte do contrato assinado entre o Instituto e a Coordenadoria Estadual da Defesa Civil do Estado de São Paulo, que prevê o mapeamento das áreas de alto e muito alto risco a deslizamentos e inundações em 10 municípios.
Segundo o site do IPT, a relação contempla os municípios que apresentaram incidência e recorrência de eventos de ordem meteorológica, hidrológica e geológica, de acordo com dados estatísticos registrados no Sistema Integrado de Defesa Civil (Sidec) e que ainda não possuem instrumentos de identificação de risco abrangidos no Plano Preventivo de Defesa Civil do estado.
O projeto de três meses é realizado pela Seção de Investigações, Riscos e Desastres Naturais do IPT por meio de visitas técnicas aos municípios e posterior organização das informações em mapas, imagens e documentação fotográfica em um Sistema de Informações Geográficas (SIG), a fim de subsidiar o gerenciamento das áreas e estabelecer parâmetros técnicos e sociais.
De acordo com o informado no site do IPT, os graus de risco considerados seguem o método desenvolvido em 2007 pelo Ministério das Cidades e IPT, o qual estabelece quatro condições potenciais de risco – “é importante ressaltar que o projeto tratará dos setores classificados como de risco alto (R3) e muito alto (R4) das 10 cidades”, afirma Marcelo Fischer Gramani, coordenador do projeto e pesquisador da Seção.
As cidades incluídas no projeto estão localizadas nas Regiões Administrativas de Presidente Prudente (Adamantina, Caiabu, Inúbia Paulista e Presidente Prudente), de Campinas (Caconde e Divinolândia), de Itapeva (Paranapanema e Tejupá), de Marília (Tupã) e de Barretos (Olímpia). Estes municípios foram indicados como prioritários por não terem informações atualizadas sobre riscos de deslizamento e/ou inundações.
As principais atividades desenvolvidas pelo IPT incluem a pesquisa bibliográfica dos levantamentos de áreas de riscos existentes, a consulta às equipes das Coordenadorias Municipais de Defesa Civil sobre o número de atendimentos efetuados nos locais que serão avaliados, a realização de vistorias de campo para levantamento de indicadores de risco e tipologias dos processos, e a elaboração de documentação fotográfica.
Os dados coletados serão analisados para fundamentar o relatório técnico, que irá conter informações como descrição da área avaliada, delimitação dos setores de risco identificados em imagem de sensores remotos, quantidade de imóveis em risco, quantidade de pessoas em risco, tipologia do processo (deslizamento, inundação, solapamento de margem) e sugestões de intervenções para minimizar ou eliminar os riscos identificados. (Com informações dos portais G1/Presidente Prudente e do IPT)