O Paleontólogo William Nava, do Museu de Paleontologia de Marília (SP), concluiu os trabalhos de retirada de um fóssil de titanossauro que estava incrustado no barranco às margens da Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros (SP-294) no trevo de Flórida Paulista. Segundo o pesquisador, trata-se de um fragmento de úmero, osso da perna dianteira de um titanossauro. Ele salientou que, pelo grau de preservação, o fóssil deveria estar inteiro, mas foi parcialmente destruído por obras realizadas no local.
No fim, o fóssil ainda se fragmentou devida a uma série de pequenas rachaduras que já apresentava e agora, segundo Nava, vai passar por uma restauração e colagem das partes para depois ser colocado em exposição para o público no Museu de Paleontologia de Marília.
Nava já atua há alguns anos em pesquisas e escavações na região de Presidente Prudente que têm revelado importantes achados para a paleontologia. Fósseis de vertebrados – especialmente dinossauros – que habitaram a região onde hoje fica o Oeste Paulista há cerca de 70 milhões de anos vêm sendo prospectados em sítios paleontológicos que geralmente são cortes de rodovias que expõem rochas de arenito.
Um desses locais é o corte da SP-294, em Flórida Paulista, onde afloram arenitos portadores de fragmentos ósseos de dinossauros saurópodes – os titanossauros –, além de fósseis de crocodilos, peixes, tartarugas e outros organismos, que ficaram soterrados em antigos ambientes de rios e lagos sob regime de clima quente e seco.
Nesse local, já foram identificadas vértebras de crocodiliano ainda em estudos e, por isso, não se sabe de qual espécie era.
Segundo William Nava, restos ósseos que pertenceram seguramente aos dinos herbívoros, conhecidos como titanossauros, também foram reconhecidos através de fragmentos, geralmente partes de ossos longos ou dentes isolados. Um desses fragmentos é parte de um úmero, osso da perna dianteira.
O pesquisador relatou que, provavelmente, o fóssil deveria estar mais completo, porém, as obras realizadas para ampliação do trecho da rodovia destruíram, sem que alguém percebesse, parte dele, enquanto o restante permaneceu incrustado no barranco, sendo fragilizado com o passar do tempo, pela chuva e pela erosão.
A retirada foi concluída no mês passado por Nava, após dois dias de trabalho e muita cautela e paciência.
Segundo o pesquisador, a descoberta representa mais um registro da existência desses grandes répteis do passado remoto, como aconteceu anos atrás na região de Marília.
Nava descobriu vários ossos fossilizados de um outro titanossauro às margens de uma rodovia que corta a região norte de Marília.
Trabalhos posteriores de escavação, realizados numa parceria entre o Museu de Paleontologia de Marília e as universidades de Brasília, Federal do Rio Grande do Sul e Federal do Rio de Janeiro revelaram parte de um esqueleto semiarticulado desse titanossauro, que, estima-se, em vida, poderia medir entre 13 e 15 metros de comprimento. Este é considerado o mais completo titanossauro até o momento achado no Brasil, segundo Nava.