Após 16 horas de julgamento, os policiais militares Moisés Alves dos Santos, Joaquim Aleixo Neto, Anderson dos Santos Salles e Rodolfo da Silva Vieira foram condenados a 18 anos e oito meses de prisão cada um. Eles foram condenados por decapitar o deficiente mental Antonio Carlos da Silva Alves, de 31 anos, o Carlinhos. O crime ocorreu em outubro de 2008.
O julgamento terminou às 2h15 da madrugada de hoje (30), no Fórum de Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo. Os quatro integravam um grupo de extermínio que ficou conhecido por Highlanders e estão presos desde o começo do ano no Presídio Militar Romão Gomes, no bairro do Tremembé, zona norte da cidade. Mas ainda podem recorrer da decisão.
No despacho, o juiz Antonio De França Hristov afirmou que o caso provocou “grande desassossego social e comprometimento da imagem da Polícia Militar do Estado de São Paulo”. Os policiais eram do 37º Batalhão da Polícia Militar (BPM) e há suspeitas de participação em outros crimes, em que as vítimas também foram encontradas com cabeça e mãos cortadas.
O grupo de extermínio recebeu o nome de Highlanders em referência a uma série de filmes em que o guerreiro decapitava seus inimigos, considerados imortais. No relatório de investigação, os Highlanders são comparados ao Esquadrão da Morte, um grupo de extermínio que surgiu no final dos anos 60 no Rio de Janeiro e que “eliminava bandidos comuns”.
As investigações começaram em outubro de 2008, quando a família denunciou o desaparecimento de Carlinhos. Uma viatura policial pegou a vítima próximo à sua casa. No dia seguinte, o corpo de Carlinhos foi encontrado com cabeça e mãos cortadas.
A partir da investigação da morte do deficiente, a polícia incluiu no caso o registro de mais três corpos decapitados, localizados pela polícia entre abril e maio do ano passado. A suspeita é que outros policiais possam ter ajudado a acobertar os crimes adulterando, suprimindo ou manipulando documentos, tais como relatórios de patrulhamento.