Policiais militares apreenderam 107,6 quilos de cocaína na residência de um vendedor autônomo, em Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo. No imóvel, que funcionava como um laboratório de refino de cocaína, havia grande quantidade de material usado no processo de preparo, mistura, prensagem e embalagem da droga. A apreensão ocorreu às 14h de domingo (13). O autônomo e outro suspeito foram autuados em flagrante por tráfico de entorpecentes.

Foi graças à uma denúncia anônima que policiais militares chegaram até a residência do autônomo J. A. S., de 40 anos, na rua Novo Milênio, no Jardim Bandeirantes, em Ferraz de Vasconcelos. Segundo o denunciante, em frente ao imóvel estava estacionada uma picape Fiat Strada, cor prata, que seria utilizada no transporte de carga roubada.

O veículo se encontrava no local mencionado, mas ninguém atendeu os policiais na residência, cujos portões estavam trancados.

No entanto, os PMs foram até um muro lateral, de onde, pela janela aberta, viram um homem que agitava um pó branco numa grande peneira. Os policiais pularam o muro e chegaram à porta dos fundos, de onde entraram na residência e foram até o quarto – para surpresa deles, havia um segundo suspeito no cômodo, também peneirando pó branco, semelhante à cocaína. O autônomo disse que era o dono da residência e estava peneirando cocaína. O outro homem, J. M. M., 37, apenas o ajudava no “batismo” da droga, explicou. O “batismo” é uma mistura que visa aumentar o peso da cocaína. Dentro do quarto foram encontrados dois sacos cheios de pó branco.

Salão do refino
No piso da cozinha, um tampão dava acesso a um compartimento secreto, uma espécie de salão usado como laboratório de refino de cocaína. Nesse local estavam armazenados 26 tijolos de pasta base de cocaína e 26 galões de acetona (para “secar” a cocaína). Foi apreendida também grande quantidade de acessórios utilizados no refino, incluindo duas balanças de precisão, duas prensas de ferro (para deixar a droga em formato de tijolo), liquidificadores, quatro peneiras, sete rolos de papel alumínio, 35 rolos de fita adesiva, 65 hastes para lacração, quatro vidros de botox e outros materiais.

Chamou a atenção dos policiais uma porta de ferro, no fundo do salão, que dava fuga para um matagal e um campo de futebol. O autônomo fez questão de explicar que as fitas adesivas “identificavam” o produto processado e embalado por ele. Era a sua marca na comunidade do tráfico. Também foram apreendidas uma folha de cheque preenchida no valor de R$ 25.686 e outras oito em branco.

O entorpecente foi pesado no Instituto de Criminalística (IC) de Mogi das Cruzes, cujo laudo preliminar constatou 107,6 quilos de cocaína. A dupla foi autuada em flagrante por tráfico de entorpecentes.

As informações são do Governo do Estado.