Os três policiais militares que entraram na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, e interromperam a chacina no último dia 7 foram promovidos hoje (12), por bravura, no Quartel-General da Polícia Militar do Rio de Janeiro. Um dos policiais atirou em Wellington de Oliveira, que já havia baleado dezenas de alunos, e impediu que o atirador continuasse o massacre.
O terceiro-sargento Marcio Alves foi promovido a segundo-sargento, enquanto os cabos Denilson Francisco de Paula e Edinei Feliciano da Silva tornaram-se terceiros-sargentos. O sargento Alves lembrou as 12 crianças mortas e as que ficaram feridas no tiroteio.
“Eu preferia que as crianças estivessem vivas e eu não estivesse recebendo essa homenagem. Vou continuar meu trabalho nas ruas, que já venho fazendo há 18 anos. Vou continuar me dedicando 100% a essa profissão”, disse.
Segundo o sargento, antes do massacre na Escola Municipal Tasso da Silveira, havia pelo menos seis anos que ele não disparava sua arma em serviço. “Nesse tempo, só atirei em treinamento”, afirmou o Alves, que já era terceiro-sargento há quatro anos.
Edinei Feliciano da Silva já está na polícia há 12 anos – os últimos três anos e meio como cabo. Já Denilson Francisco de Paula, que era cabo há apenas um ano, já está na Polícia Militar há nove anos.
A cerimônia de promoção por bravura dos três policiais contou com a presença do presidente da República em exercício, Michel Temer, além do governador fluminense, Sérgio Cabral, e do prefeito carioca, Eduardo Paes.
Em discurso durante a cerimônia, o comandante da Polícia Militar, coronel Mário Sérgio Duarte, disse que os policiais demonstraram coragem, profissionalismo e serenidade durante a ação em Realengo. O comandante citou o livro sagrado do islamismo, o Corão, como uma forma de afastar as ilações de que Wellington de Oliveira tenha cometido os assassinatos supostamente depois de se tornar muçulmano. Segundo o coronel, o Corão traz mensagens de tolerância e de amor às crianças.