O pedreiro Tancredo Nassaku Júnior, de 33 anos, acusado de matar o sobrinho de um ano e nove meses e espancar a sobrinha, de 12, em Jarinu (SP), contou à polícia como foram as agressões. O vídeo em que ele confessa os crimes foi gravado pela Polícia Militar logo após sua prisão na tarde desta terça-feira (1º), em São Bernardo do Campo. (Veja o vídeo acima)
Tancredo era procurado desde 20 de junho, quando teve um pedido de prisão temporária decretado pela Justiça. Ele matou a socos o sobrinho e também agrediu a sobrinha, que permanece internada no hospital. O crime foi em 19 de junho, quando as crianças estavam sozinhas em casa.
No vídeo, o pedreiro conta que agrediu a menina porque ela o irritou. “Eu tava usando droga fazia dois dias, tava trabalhando normal, morava com a minha irmã. De repente discuti com a minha sobrinha e agredi ela. Aí o moleque começou a gritar e agredi ele também”, diz.
O pedreiro dá detalhes do crime. “[Bati] Com o pé e com a mão. Dei chute e depois soquei.” Ao ser perguntando o que merece, Tancredo sentencia: “Mereço morrer”.
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As crianças foram encontradas pelo pai desacordadas na sala de casa. O menino não resistiu aos ferimentos e morreu. A menina teve alta da UTI do Hospital Universitário de Jundiaí após 12 dias, mas permanece internada.
Como ela apresentava ferimentos no órgão genital, a polícia acredita que ela tenha sido também vítima de estupro, mas o pedreiro nega o crime. Segundo ele, o ferimento foi causado por chutes desferidos contra ela. A polícia espera o laudo médico que vai apontar se ela foi vítima de violência sexual.
Mensagem para o cunhado
O crime comoveu a cidade de Jarinu, a 70 quilômetros de São Paulo. Em depoimento à polícia, Tancredo disse que brigou com a sobrinha porque ela ameaçou contar para a mãe que ele estava usando drogas. “Ele estava cheirando cocaína no banheiro quando a sobrinha viu e ameaçou contar para a mãe. Ele se irritou e enforcou a menina até ela desmaiar, então a chutou. Quando o irmão viu as agressões, começou a gritar, aí foi espancado até a morte”, afirma o investigador Marcos Roni de Almeida Tosta.
Crime foi no bairro Nova Trieste, em Jarinu
(Foto: Reprodução/TV Tem)
O pedreiro foi apontado como principal suspeito horas após o crime. “No mesmo dia ele mandou mensagem para o cunhado [pai das crianças] com uma ‘confissão informal’, onde dizia que estava no tribunal do crime e tinha que ser punido pelo que tinha feito”, explica Marcos.
Depois de fugir de Jarinu, o pedreiro passou porAtibaia e São Paulo até chegar a São Bernardo, onde passou a viver. Tancredo foi reconhecido por um policial ao ser abordado com um grupo de usuários de droga.
O criminoso está detido em um lugar não revelado pela polícia. Ele vai responder pelo homicídio do sobrinho e tentativa de homicídio da menina. O inquérito deve ser relatado nos próximos dias. Segundo a polícia, ele ainda não tem advogado de defesa.
Os investigadores continuam colhendo depoimentos de familiares e testemunhas e esperam ouvir, em breve, a mãe das crianças. “Até agora ela não teve condições de prestar depoimento, tamanho seu estado de devastação. Esperamos que agora, com a prisão do culpado, ela consiga vencer mais este desafio”, afirma Marcos.