A Polícia Federal deflagrou, nesta sexta-feira (9), a operação PhD contra desvios de recursos oriundos de programas federais de incentivo à pesquisa de aproximadamente R$ 5,8 milhões. Seis pessoas foram presas, e ainda foram cumpridos dez mandados de busca e apreensão e dois de condução coercitiva nas cidades de Porto Alegre e Canoas, na Região Metropolitana, e em Pelotas, no Sul do estado.
Conforme a investigação, iniciada há seis meses, o projeto SUS Educador era o principal alvo dos desvios protagonizados dentro da área de Educação em Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Eram desviados recursos do Programa de Extensão em Saúde Coletiva, conforme a PF, dentro de atividades de educação continuada e pós-graduação.
Procurada pelo G1, a assessoria de imprensa da UFRGS disse que ainda não tem um posicionamento e que está buscando mais informações sobre a operação.
Segundo a PF, o esquema consistia na inclusão de bolsistas sem qualquer vínculo com a UFRGS para o recebimento de valores de até R$ 6,2 mil, como bolsa de doutorado. O dinheiro, então, seria repassado, em parte ou integralmente, para coordenadores dos programas.
Junto a isso, a PF apurou que o pagamento de diárias, recibos de pagamento autônomo (RPA), bem como outras despesas, também eram usadas para os desvios. Um aluno que recebeu o título de mestre sem ter frequentado cursos ou feito qualquer avaliação, o que evidenciou, segundo a polícia, o direcionamento de seleções.
Os projetos investigados totalizam aproximadamente R$ 99 milhões, sendo que a PF apurou cerca de R$ 5,8 milhões em desvios. Os suspeitos são investigados pelos crimes de associação criminosa, estelionato, falsidade ideológica e inserção de dados falsos em sistema de informação.
Em Porto Alegre são cumpridos oito mandados de busca, quatro de prisão, e um de condução coercitiva. Em Canoas são duas ordens judiciais de busca, e duas de prisão. Já em Pelotas é cumprida uma condução coercitiva.