A delegada e presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia de São Paulo (Sindpesp), Raquel Kobashi Gallinati, concedeu entrevista por telefone, na manhã de ontem, 26, para a reportagem do Jornal Regional, falando sobre o momento orçamentário da Polícia Civil do Estado.
Diferente da situação encontrada pela Polícia Militar, em que o governador Geraldo Alckmin anunciou na última terça-feira, 25, um pacote de medidas para a segurança pública, entre as novidades, com a assinatura do decreto que reduz o tempo para que os aspirantes da PM sejam promovidos a oficiais, a abertura de concursos para a contratação de 2.421 policiais militares e entregou 72 novas viaturas que reforçarão a frota na capital, a presidente do Sindpesp, Raquel Kobashi, disse que a Polícia Civil encontra-se sucateada e abandonada pelo Governo, por não tratar de forma adequada e, consequentemente, atingindo o atendimento à população dos municípios.
Ainda segundo a delegada e presidente do Sindpesp, atualmente há um déficit de 10 mil policiais civis e há falta de delegados em 256 municípios do estado, além do risco de fechamento de delegacias de Polícia Civil, devido à situação caótica orçamentária enfrentada pela instituição. 
Conforme a delegada Raquel Kobashi, a situação financeira delicada que a instituição enfrenta, que segundo a mesma disse, abrange até o combustível para o abastecimento de viaturas, recursos para a limpeza, impressão e manutenção.
Em matéria publicada pelo site da rádio CBN de Campinas, na última terçafeira, 25, o delegado geral de Polícia Adjunto de São Paulo, Waldir Antonio Covino Junior, enviou um comunicado aos responsáveis pela Polícia Civil do Estado para que as direções das delegacias elaborem um plano de contingência diante da situação orçamentária enfrentada.
Nota
O Sindicato dos Delegados de Polícia de São Paulo (Sindpesp) publicou uma nota a sociedade. Confira na íntegra: “O Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo vem a público se posicionar a respeito do email publicado por alguns veículos de comunicação informando que a Delegacia Geral da Polícia solicitou a todos os delegados diretores, em caráter de urgência, a elaboração de um plano de contingenciamento em razão de iminente “indisponibilidade financeira para amparar despesas essenciais à manutenção das unidades existentes”. É preciso que sociedade entenda que é uma vergonha para o Estado mais rico da Federação que a sua Política Judiciária atravesse quadro tão caótico por falta de investimentos, a ponto de sugerir de fato, e como única alternativa, o fechamento de unidades pela ausência de recursos.
O governador Geraldo Alckmin alega que o Estado não possui recurso para investir como deveria na Polícia Civil, mas o que se vê é diferente: na manhã de hoje (terça-feira, 25), no Palácio dos Bandeirantes, Alckmin entregou 72 novas viaturas para a Polícia Militar e autorizou abertura de concurso público para o provimento de cargos de 221 alunos oficiais e de 2.200 soldados.
Qual a lógica das prioridades? Pelo visto, recursos há, mas falta vontade política. É preciso investir na Polícia Civil do Estado de São Paulo, a única capaz de desmantelar as quadrilhas que assolam a sensação de segurança da população, através de uma investigação criminal robusta e eficaz, e colaborar para uma sociedade mais justa.” finaliza a nota.