A Justiça decretou na tarde desta sexta-feira (29) a prisão preventiva do homem, de 29 anos, detido pela Polícia Civil por aliciar e assediar crianças através de um perfil falso com nome de mulher em uma rede social na internet, em Mirante do ParanapanemaDuas vítimas, ambas meninas de nove anos, já foram identificadas e seus celulares, bem como o aparelho telefônico e o notebook do indivíduo, foram apreendidos para passar por perícia.

O delegado responsável pelo caso, Adalberto Gonini Júnior, relatou ao G1que o homem, que trabalha como ajudante geral, confessou a prática do aliciamento de ambos os casos identificados. Gonini também comentou que o homem aparenta ser uma pessoa normal, ou seja, não apresenta aspectos de psicopatia, estuda e, inclusive, é casado e tem uma filha de dez anos.

Questionado por uma familiar sobre o que faria se o mesmo ocorresse com sua filha, o indivíduo declarou que “ficaria muito bravo” e pediu desculpas, conforme contou Gonini. “Por isso, tem de redobrar essa vigilância. Qualquer pessoa pode ter uma atitude desta”, salientou ao G1.

 

“A exposição de fotos através do Facebook é um chamariz para pessoas mal intencionadas”, ressaltou o delegado ao G1.

 

 

Perícia

 

Após o decreto de prisão preventiva – que contribui com as investigações sem interferência do acusado – e com apreensão dos eletrônicos utilizados pelo indivíduo, foi requisitado o trabalho da perícia, que deve resgatar conversas e arquivos, inclusive, os já deletados. Com isso, a corporação poderá identificar mais vítimas, segundo declarou ao G1 o delegado.

Já foi apurado pela Polícia Civil que o homem tinha um total de seis perfis falsos na rede social, pelos quais, “provavelmente, também teve contato com outras crianças, não só de Mirante do Paranapanema, mas de outros locais”

 Notebook do suspeito foi apreendido (Foto: Polícia Civil/Cedida)

Notebook do suspeito foi apreendido (Foto: Polícia Civil/Cedida)

 

Conforme contou Gonini ao G1, o pedófilo preso nesta quinta-feira (28) procurava perfis de meninas por meio de fotos familiares e enviava a solicitação de amizade. “Ele se passava por uma menina da mesma idade, começava a conversar, ganhava a confiança da vítima e começava o aliciamento”, explicou.

Diante disso, foi salientada pelo delegado a importância de que os pais vigiem o que os filhos fazem, com quem e o que conversam na internet – sejam crianças ou adolescentes, meninas ou meninos.

 

“A vigilância é a maior prevenção”, enfatizou o delegado.

 

A vigília, conforme o delegado declarou ao G1, não é privar o filho ou a filha totalmente de acessar a internet e suas redes sociais, pois também prejudica o contato com os amigos reais, como os de escola, por exemplo, mas, sim, “vigiar as amizades que os filhos fazem com amigos virtuais” e as mensagens trocadas.

De acordo com o Gonini, “é muito fácil identificar uma falsa identidade, pois uma conta que tem apenas uma foto, que não tem uma relação de familiares, outras fotos, é fake”.

 

Orientação

 

Gonini orientou que pais e familiares não publiquem fotos que exponham demais as crianças, pois há muitas pessoas mal intencionadas na rede, e ressaltou a vigilância e que, na constatação de aliciamento, os pais tenham coragem de denunciar.

“Caso constate qualquer tipo de conversa de cunho sexual, comunique imediatamente a Polícia Civil”, enfatizou o delegado. No primeiro caso identificado em Mirante do Paranapanema, a mãe procurou a corporação e foi por meio de orientações que o suposto encontro entre a criança e o indivíduo foi marcado e houve a possibilidade de prisão.

O indivíduo compareceu ao “encontro”, o que reforça a necessidade da observação dos pais. “Já pensou um crime desse, com uma pena dessa, se o encontro acontecesse, o que poderia acontecer de pior? Ele foi pensando que era ela [a criança] e ela poderia nem estar mais entre nós”, apontou ao G1 o delegado.