Em qualquer país do mundo, valores são aqueles conceitos morais e éticos que se sobrepõem aos costumes ou normas de menor grau, quer venham do exterior, quer de imposições ideológicas ou religiosas de grupos cujas práticas ou entendimentos visam desestabilizar os conceitos enraizados de uma sociedade. Preliminarmente, gostaria, acima de tudo, de deixar claras a intenção e a motivação deste texto, que se trata de uma reflexão sobre o que estamos vivenciando hoje no Brasil, ou melhor, neste Brasil de “cabeça para baixo”.
Longe de ser uma análise contestadora sobre as minorias, sejam elas quais forem, atenho-me ao fato macrossocial típico de um país corrupto, com instituições desacreditadas, enfim, terreno fértil para um novo tipo de histeria ideológica, desta feita, ao que tudo indica, orquestrada pela esquerda, já sem discurso. Senão, vejamos: é inacreditável que não se fale mais nada a respeito dos reais problemas brasileiros, dando lugar a uma discussão sobre a chamada “ideologia de gênero”, uma artimanha de grupos sem religião, de cunho esquerdista, que no bojo de seu discurso desclassificam algo que caracteriza o ser humano desde o surgimento da humanidade: o sexo masculino e o feminino, o ser homem e o ser mulher.
Com efeito, e friso mais uma vez que não me refiro especificamente a homossexuais ou outras minorias, mas, sim, a uma histeria ideológica de gênero que se inicia em novelas, artigos em revistas que se diziam conservadoras, escolas, abrangendo toda faixa etária e podendo trazer, sim, problemas de identidade sexual ao transformar a mente de crianças e jovens numa panaceia de interpretações do que é ser homem ou do que é ser mulher.
Talvez a intenção seja desconstruir conceitos bíblicos, como o da procriação, estabelecendo um verdadeiro “vale tudo nesta vida”, batendo de frente com grupos religiosos, o que seria, a meu ver, uma espécie de vingança esquerdista contra os conservadores, na sua maioria evangélicos, e religiosos em geral. Diante da negação do legado religioso de que Deus criou o homem e a mulher, sobra, então, apenas o materialismo permissivo, com o qual a esquerda mundial atropela os corações dos jovens, levando-os a não consumirem o produto conservador que avança por todos os países.
Talvez toda essa estranheza me seja causada pelo fato de eu, quando ainda pequeno, não vivenciar tantos episódios de falta de amor à Pátria, tanta falta de louvor a Deus, tanta deslealdade para com os amigos. Ensinava-se que, apesar de existirem opções diversas que devem ser respeitadas e compreendidas, estas eram as minorias, e que havia, sim, distinção de gênero.
O que se vê atualmente é a inaceitável elaboração de um discurso político de combate ao conservadorismo. Como se o natural fosse errado.
Em que mundo estamos? Em que país vivemos? O melhor mesmo é desligar a televisão, escolher bem a escola dos nossos filhos, observar a índole dos candidatos e trancar a porta da sala…
*Advogado e Jornalista