Fácil como tirar doce de criança. Assim o Grêmio construiu uma vitória maiúscula sobre o Atlético-MG, neste domingo, pela 21ª rodada do Brasileirão. O placar de 4 a 1 foi construído praticamente todo no primeiro tempo com tranquilidade e três gols. O resultado comprova a força do Imortal no estádio Olímpico. Em onze jogos como mandante, foram nove vitórias e dois empates. O Tricolor chega a 31 pontos e assume a oitava posição. O Galo completa quatro partidas sem vencer e perde novamente a chance de voltar ao G-4. Com 33 pontos, está em sexto.
Na próxima rodada, as duas equipes jogam no domingo. O Atlético recebe o Sport, no Mineirão, às 16h. O Grêmio visita o Botafogo, no Engenhão, às 18h30m.
Antes de a bola rolar, o técnico do Atlético, Celso Roth, ex-comandate gremista, foi vaiado por parte dos torcedores no estádio. Mas houve quem o aplaudisse, principalmente o público das sociais. Todos os jogadores do Tricolor fizeram questão de cumprimentá-lo.
O início da partida foi mentiroso. Solto e bem disposto em campo, o Galo parecia pronto para surpreender e usou o lado direito para tentar abrir o placar. Aos três, a defesa do Grêmio vacilou na marcação e deixou Marcos Rocha passar livre. O garoto cruzou, mas Victor não deixou que bola chegasse em Diego Tardelli na pequena área. Tardelli e Carlos Alberto também apareceram pelo setor com perigo, mas não o suficiente.
E logo na primeira vez que buscou o gol, o Grêmio conseguiu. Aos sete, a bola área, sempre forte, deu resultado. Tcheco cobrou falta do lado esquerdo para a área, Réver subiu sem marcação e abriu o placar. Quarto gol do zagueiro no Brasileirão. Os mineiros sentiram o golpe, mas sem desanimar. Aos 15, Marcos Rocha voltou a ter libertade na direita, rolou para Carlos Alberto, e o chute do volante saiu cruzado e torto. Faria falta.
Com domínio absoluto do jogo, a equipe de Paulo Autuori provou que vive mesmo uma fase irretocável no Olímpico e passou a explorar o lado direito do ataque. Aos 23, Souza recebeu livre na área e cruzou na segunda trave. O colombiano Perea, sem qualquer marcação, cabeceou no travessão, a bola tocou no goleiro Bruno e entrou: 2 a 0 no placar e avalanche na arquibancada.
Estava realmente fácil demais para o Grêmio. Com o Atlético desorganizado e abatido, os donos da casa trataram de ampliar. Aos 29, Souza cobrou falta com perfeição, e Bruno só olhou, impotente. Na tentativa de mudar o quadro, Celso Roth não esperou o fim do primeiro tempo para mexer. O cronômetro marcava 33 minutos quando o meia Evandro entrou no lugar de Marcos Rocha. Não havia muita força e nem tempo para criar.
Tricolor amplia, e Galo sofre
Roth mudou o ataque atleticano na volta do intervalo. Ele lançou o colombiano Rentería, que durante muito tempo foi rival do Grêmio com a camisa do Inter, no lugar de Eder Luis. Como um sopro de esperança, o Galo chegou a assustar bem cedo. No primeiro minuto, Renan Oliveira recebeu ótimo passe na área pela esquerda, bateu cruzado com a canhota, mas a bola se perdeu pela linha de fundo.
Não era dia nem de Diego Tardelli. O artilheiro do time no Brasileiro, com nove gols, pouco conseguiu produzir de tão isolado na frente. Atlético sem força, sem equilíbrio e frágil. Aos 12, o quarto gol gremista comprovou que realmente a tarde não era atleticana. Com um passe de primeira, Souza encontrou Jonas na área, o atacante só esperou o zagueiro Welton Felipe passar lotado pela bola e a empurrou para o gol de Bruno. Não perca a conta: 4 a 0.
E até quando a defesa falha o Grêmio está seguro. Aos 21, num dos poucos lances de ataque alvinegro até então, Rentería recebeu na área e cruzou certinho para Tardelli bater de primeira, com a esquerda. Victor, goleiro da seleção brasileira, fez uma defesa espetacular. Mas bastou caprichar um pouquinho para o Galo chegar. Aos 33, em jogada individual, Evandro saiu de marcação dupla com velocidade e bateu cruzado da entrada da área. Gol de honra. E só. Coincidentemente, nas últimas três partidas que venceu no Olímpico, o Imortal fez o placar de 4 a 1. Celso Roth precisa conter a queda livre.