O papa disse hoje que o aborto e os casamentos entre pessoas do mesmo sexo são opostos ao “bem comum” e apoiou as iniciativas que tutelem a vida desde o momento da concepção, assim como a família, “baseada no casamento indissolúvel entre um homem e uma mulher”.
Bento 16 fez essas manifestações no discurso que dirigiu às associações católicas dedicadas a pastoral social, com as quais se reuniu hoje na igreja da Santíssima Trindade, de Fátima, após a missa que celebrou na esplanada do santuário, à qual assistiram mais de 500 mil pessoas.
Bento 16 expressou seu “profundo apreço” a todas as iniciativas pastorais e sociais “que tentam lutar contra os mecanismos socioeconômicos e culturais que levam ao aborto e que defendem a vida e a reconciliação e a cura das pessoas feridas pelo drama do aborto”.
O pontífice afirmou que o amor incondicional de Jesus em direção aos homens obriga estes a entregar-se gratuita e generosamente aos outros mediante a justiça e a caridade.
Após ressaltar o trabalho que estas instituições realizam com os pobres, doentes, presos, pessoas abandonadas, incapacitados, emigrantes, desempregados, o papa manifestou que a Igreja não está capacitada para oferecer soluções práticas a cada problema, mas está disposta a ajudar e oferecer meios de salvação a todos.
Bento 16 criticou a “pressão da cultura dominante” na hora de realizar esse trabalho caridoso.
“A cultura dominante apresenta com insistência um estilo de vida baseado na lei do mais forte e benefícios fáceis e atrativos, que acabam por influenciar sobre nosso modo de pensar, nossos projetos e as perspectivas de nosso serviço”, denunciou.
Referindo-se às associações católicas de ajuda, o papa disse que “é necessário que esteja clara a sua orientação, que assumam uma identidade evidente”.
Após esse encontro, o papa prevê reunir-se com 50 bispos da Conferência Episcopal Portuguesa.