Pela primeira vez será realizada em Dracena, a Vigília de Oração pelos Mortos de Aids, evento que ocorre internacionalmente há 27 anos. Será hoje, às 20h, na Praça Arthur Pagnozzi e todas as pessoas, independentemente de religião ou credo, podem participar. Os organizadores pedem que sejam levadas velas e o nome das pessoas que morreram com a doença.

A iniciativa é da Igreja Católica em parceria com a Secretaria da Saúde de Dracena e a Vigilância Epidemiológica. Frei Ricardo Aparecido Rodrigues informou que manteve contato com os frades do sul, coordenadores da Pastoral da Aids, e trouxe a ideia de organizar o evento na cidade. “Além de celebrar os mortos de Aids, a ação pretende chamar a atenção da sociedade para a realidade da doença, reforçar a prevenção, acabar com o preconceito e incentivar a solidariedade para com os portadores do vírus HIV”, destaca o frei.

Ele prossegue dizendo que a vigília busca a sensibilização da comunidade que poderá resultar no início das atividades de uma Pastoral da Aids em Dracena. “A ação também traz a mística do evangelho de Jesus bom pastor, que nos faz como igreja ir ao encontro do outro, amando gratuitamente”.

AIDS – A diretora de Vigilâncias do município, Rosângela Buriola informou que desde o primeiro caso de Aids, em 1980, até junho de 2008, o Brasil registrou 506 mil casos da doença, segundo dados do Datasus. Ela também comentou que no início da década de 80, a Aids atingia principalmente os gays, usuários de drogas e homens que faziam sexo com homens; depois a transmissão começou entre os heterossexuais e a tendência é de que a doença cresça entre as mulheres.

Outro dado importante, segundo Rosângela, é que nas décadas de 80 e 90, os coeficientes de mortalidade eram crescentes, mas hoje, com o antirretroviral, eles se mantém estáveis, com cerca de 11 mil óbitos por ano. Até junho de 2007 foram mais de 205 mil mortes por Aids no Brasil. Nos últimos anos, foram 33.909 casos identificados de Aids no Brasil e a estimativa é de que 630 mil pessoas vivam com o HIV no País.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, a população mais acometida pelo vírus HIV está na faixa dos 15 aos 49 anos de idade. Entre as causas de maior vulnerabilidade ao vírus estão a falta de conhecimento sobre a transmissão e proteção, uso inconsistente ou falta de uso de preservativos e a multiplicidade de parceiros sexuais.