Cidades-sedes da Copa de 2014 terão à disposição uma linha de financiamento de US$ 580 milhões (cerca de R$ 1 bilhão) para incrementar sua infraestrutura turística.
De acordo com o ministro do Turismo, Luiz Barretto, foi alinhavado um acordo entre a pasta e a Corporação Andina de Fomento (CAF) –entidade financeira multilateral, com sede na Venezuela– para criar essa linha de crédito.
Para cada projeto financiado pela CAF, o ministério terá de arcar com até metade da verba.
“Só falta mesmo a assinatura formal [para oficializar a parceria], que deve já ser feita no início de outubro”, disse Barretto.
Segundo ele, a pasta ainda negocia outras duas linhas de crédito para as sedes do Mundial de 2014. Uma com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), no valor de US$ 1 bilhão (cerca de R$ 1,8 bi), e outra com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que será voltada para a construção ou reforma de hotéis.
Assim que o acordo for firmado com a CAF, o ministério apresentará à entidade as propostas de Fortaleza, Rio e Manaus. As três cidades já haviam desenvolvido projetos com vistas ao financiamento do BID.
“Como a parceria com o BID só deve ser firmada no fim do ano, vamos adiantar o processo e entregar as cartas dessas três cidades”, afirmou o ministro.
A verba pleiteada por Fortaleza, de US$ 100 milhões (cerca de R$ 180 milhões), será aplicada na restauração de pontos turísticos, na melhoria das vias de acesso e em capacitação de profissionais, entre outros.
Segundo o ministro, o projeto de Manaus será focado na reurbanização do porto local.
“Será um investimento importante para a cidade poder receber os navios de cruzeiro, que serão usados como leitos para a Copa. Nem toda a cidade pode incrementar o setor hoteleiro, pois após o evento, pode não haver uma demanda suficiente para ocupar os quartos.”
A proposta carioca, orçada em US$ 187 milhões (R$ 338 milhões), também visa a revitalizar a zona portuária, algo que pode ser fundamental não só para receber turistas do Mundial de futebol como também os de uma possível Olimpíada.
Futura sede da final da Copa e candidata a receber os Jogos de 2016, o Rio conta atualmente com 28 mil leitos, 12 mil a menos do que é exigido pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) e sugerido pela Fifa.
Com uma capacidade hoteleira inferior a dos rivais –Chicago, Madri e Tóquio–, a cidade brasileira garantiu, em seu dossiê de candidatura, que haverá 8,5 mil leitos disponíveis somente em navios de cruzeiro.
Este, aliás, foi um dos pontos questionados pelo COI em seu último relatório sobre as candidatas aos Jogos de 2016. Segundo a entidade, não é possível oferecer garantias de que haverá navios ancorados na cidade daqui a sete anos.