Para os que acreditam que a verba destinada aos Jogos de 2016, caso o Rio vença a disputa pela cidade-sede na próxima sexta (2), deveria ser investida em outras áreas, como educação e saúde, o relatório da Fundação Instituto de Administração (FIA) indica o contrário.
Segundo o estudo, que foi encomendado pelo Ministério dos Esportes, até 2016 podem ser criados, em média, 120 mil empregos por ano. A Região Metropolitana do Rio concentraria 50% dessa demanda, no período de implantação dos investimentos e realização das Olimpíadas. “É um incremento salarial violento. A economia só tem a ganhar”, disse Sérgio Murashima, consultor da FIA.
Se a cidade for escolhida, diz o instituto, os gastos públicos e privados irão provocar efeitos multiplicadores tão amplos e diversificados – em termos de expansão da produção, da massa salarial, da arrecadação de impostos e de emprego – que, diz o texto, “deve ser de interesse da sociedade brasileira dar apoio à concepção e à implementação dessa iniciativa”.
“O mais importante disso tudo é que estaríamos revitalizando áreas do Rio de Janeiro muito importantes para o desenvolvimento econômico. A infraestrutura criada vai alavancar muitos projetos. Nós precisamos de hospitais e escolas, mas o principal elemento indutor disso é a reestruturação da cadeia econômica que, proporcionada por um evento dessa natureza, gera elementos fundamentais para que isso possa ter um resultado positivo”, alegou Sérgio Murashima, consultor da FIA.
Construção civil receberia mais recurso
Ainda segundo o levantamento da FIA, os setores da economia que receberiam mais recursos são a construção civil, com 10,5%; serviços imobiliários e aluguéis, com 6,3%; serviços e empresas, com 5,7%; petróleo e gás, com 5,1%; informática e comunicação, com 5%; e transportes, com 4,8%.
“O Rio é importante porque ele é lindo, porque nós amamos o Rio, o mundo ama o Rio, os turistas ficam loucos. E não é possível, por exemplo, não poder ir à praia, à Lagoa, por conta daquela podridão. Se não lidar com isso, em relação à sustentabilidade para o futuro, vamos perder todo esse patrimônio que Deus nos deu. Acho que vamos fazer um trabalho muito legal com as Olimpíadas. Eu estou torcendo para isso”, desabafou o consultor da FIA.