Em discurso durante a cerimônia de entrega de 252 novas unidades habitacionais aos moradores da antiga Favela Naval, em Diadema, região metropolitana de São Paulo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que ficou incomodado com a manchete de um jornal do Rio de Janeiro. O jornal havia destacado que a Europa, por questões de segurança, não está mais procurando petróleo no mar devido ao vazamento ocorrido no Golfo do México, ao contrário do Brasil, que segue investindo forte na extração em águas profundas.
“Primeiro, temos que falar a verdade: a Europa não está procurando porque no Mar do Norte já não tem mais petróleo. Segundo, nós temos mais tecnologia do que aquela empresa inglesa [British Petroleum-BP] que causou o vazamento nos EUA. Porque [a BP] tentou fazer o mais econômico e isso saiu caro. Isso não vai acontecer no Brasil porque a Petrobras é a empresa que tem a melhor tecnologia de exploração de petróleo em águas profundas do país”, afirmou o presidente.
Ele tornou a dizer que o dinheiro obtido com a exploração do pré-sal não será usado para “gastança” e, sim, para acabar com a pobreza do Brasil, para resolver o problema da educação e da saúde, para investir em ciência e tecnologia e para cuidar das questões ambientais e culturais. “O que sobrar nós vamos fazer ainda mais pelo Brasil”.
Lula disse ainda que, atualmente, o país oferta hoje mais crédito em um mês do que ofertou em todoo ano de 2003. “Quando eu cheguei na presidência desse país, o Brasil inteiro tinha R$ 380 bilhões de crédito. Hoje o Brasil tem R$ 1,5 trilhão”. Segundo ele, em 2009 o governo emprestou R$ 22 bilhões e teve apenas 3% de inadimplência. “Foram R$ 1,3 bilhão emprestados para pobres. Sabe qual a inadimplência? Menos de 2%. O segredo disso é que pobre paga, porque nosso nome é o nosso patrimônio”.
A Favela Naval ficou conhecida mundialmente por episódios ligados à violência policial, filmados por um morador. As obras entregues hoje fazem parte da primeira etapa do Projeto Nova Naval, que conta com recursos federais e municipais. A iniciativa permitirá a urbanização de um local onde vivem 800 famílias. A próxima fase do projeto prevê a construção de mais 84 moradias.