Corregedores da Fundação Casa de São Paulo vão na manhã desta sexta-feira (13) até Campinas, a 93 km de São Paulo, para apurar os motivos de uma rebelião no local ocorrida na tarde desta quinta-feira (12). Os internos só encerraram o motim nesta madrugada. Cinco adolescentes foram feitos reféns e ficaram feridos.

Foram nove horas de tensão na unidade. A rebelião começou depois de uma tentativa de fuga. As agressões aos reféns foram feitas quando o helicóptero da Polícia Militar que acompanhava o problema se afastou para fazer o reabastecimento. Os internos levaram os jovens para a quadra e começaram a agredi-los com socos, pontapés, barras de ferro e até mesmo um extintor de incêndio.

Durante a madrugada, parentes dos jovens começaram a receber telefonemas dos adolescentes de dentro da unidade. Os internos chegaram até a sala da administração. Mães desesperadas pediam para que seus filhos encerassem a rebelião. Os jovens agredidos fariam parte de um grupo rival dos agressores.

Após o fim da rebelião, pouco antes das 4h desta sexta, os cinco reféns foram libertados e levados a um pronto-socorro da região. Eles permaneciam internados na manhã desta sexta, mas segundo a Fundação Casa não correm risco de morte.

Negociações
A Polícia Militar entrou no complexo depois de mais de nove horas de negociações. De acordo com o corregedor-geral da instituição, Jadir Pires de Borba, os internos foram colocados em forma e revistados. Uma sindicância investigará as circunstâncias do motim.

A unidade do Jardim São Vicente tem capacidade para abrigar 72 internos e não está superlotada. Há 65 jovens no local, informou a assessoria de imprensa da instituição. É a quarta rebelião neste ano em unidades da Fundação Casa em Campinas.

No início da rebelião, os internos da unidade queimaram colchões no pátio e na quadra de esportes e quebraram vários postes de luz.

A assessoria de imprensa da Fundação Casa informou que a confusão começou depois que uma tentativa de fuga foi descoberta. Naquele momento, havia informações que os adolescentes entraram em confronto com os funcionários.

A PM interditou as ruas da vizinhança e iniciou uma longa negociação. O helicóptero Águia da PM deu cobertura à operação e só deixou a área por poucos minutos para reabastecimento.

Alguns internos continuaram tentando escalar os muros da unidade, mas foram impedidos pela polícia. Foi preciso ampliar a área de isolamento porque os policiais usaram gás lacrimogênio e gás pimenta, o que provocou irritações nas vias respiratórias de dezenas de pessoas que acompanhavam a movimentação no local. Dois carros do Corpo de Bombeiros também ficaram de prontidão.