A greve dos servidores do Poder Judiciário do estado de São Paulo completa 123 dias hoje (28) sem previsão para a solução do impasse. A paralisação que começou no dia 28 de abril já é considerada a mais longa do Judiciário Paulista uma vez que supera a greve de 2004, que teve duração de 91 dias.

A continuidade do movimento paredista foi deliberada durante assembleia geral da categoria na última quarta-feira (25).

De acordo com o delegado regional da Assojuris, Ilton Guedes, a decisão foi tomada em função da ausência de proposta do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

Ilton também informou que o TJ – SP cancelou reunião agendada com representantes das entidades na última terça-feira (24), no Palácio da Justiça, alegando que não havia nenhuma novidade a ser apresentada para a categoria.

Nova assembleia está marcada para a próxima quarta-feira (1º), na Praça João Mendes, nos arredores do Fórum João Mendes, quando a greve completará 127 dias.
Os servidores reivindicam reposição salarial de 20,16% referentes às perdas inflacionárias dos últimos dois anos, contratação de novos funcionários e aprovação do plano de cargos e carreiras, até o momento, a única reivindicação atendida. O projeto, que tramitava na Assembleia Legislativa desde 2005, foi votado e aprovado em maio.

Constantes assembleias têm sido realizadas toda quarta-feira na Praça João Mendes, em São Paulo. No início de junho, um grupo de servidores ocupou o prédio do Fórum João Mendes por conta do anúncio do desconto nos salários pelos dias não trabalhados. O grupo deixou o local, 48 horas depois, sem nenhuma proposta.

No final de junho, os juízes das três varas da Comarca de Dracena baixaram uma portaria suspendendo os prazos processuais. Na época, o juiz da 1ª Vara e diretor do Fórum, Fábio José Vasconcelos informou que após o retorno dos funcionários ao trabalho seriam necessários de quatro a cinco meses para que conseguisse colocar o serviço em ordem, ou seja, no mesmo andamento que estava antes da greve. Ele também ressaltou que as questões emergenciais envolvendo réu preso, infância, juventude e família estavam sendo atendidas.

Em artigo publicado no Blog “Saiba Direito”, do Portal Regional (www.portalregional.net.br) esta semana, o advogado Helder Cursi cita a notícia sobre a retomada das atividades pela Comarca de Campinas, divulgada no site da OAB e considera que tal atitude abre precedente para que as comarcas voltem a prestar seus serviços e os prazos voltarem a correr. Veja o artigo completo no Portal.