O governo do Brasil ofereceu ajuda ao México para identificar os corpos de alguns dos 72 imigrantes vítimas do massacre, ocorrido há cerca de uma semana. Em um comunicado encaminhado ontem (1º) à tarde, o Ministério das Relações Exteriores brasileiro colocou os peritos e especialistas da Polícia Federal à disposição dos mexicanos para acelerar o trabalho de identificação dos mortos. Não houve ainda uma sinalização do governo mexicano sobre a oferta brasileira.
Além disso, a previsão, de acordo com diplomatas, é que ainda hoje seja liberado o corpo do brasileiro Juliard Aires Fernandes, de 20 anos. Apesar de o passaporte de outro brasileiro, Hermínio Cardoso dos Santos, de 24 anos, ter sido localizado, ainda não foi identificação do corpo dele. Fernandes e Santos deixaram Minas Gerais juntos rumo ao México e depois planejavam seguir para os Estados Unidos, segundo os parentes deles.
Ontem foram transportados 56 corpos para a Cidade do México onde serão periciados pelo Serviço Médico Forense. No local, eles serão embalsamados para evitar a decomposição. Em seguida, serão feitos os exames de análises odontológica e antropológica, além de DNA. As informações são do Itamaraty e da Procuradoria-Geral do México – que comanda as investigações do crime.
Os corpos das 14 vítimas mortas, de Honduras, chegaram ontem a Tegucigalpa. Do total de corpos identificados, 12 são de El Salvador e quatro da Guatemala, além de um brasileiro. O equatoriano Freddy Lala, que sobreviveu à chacina, afirmou que os 58 homens e as 14 mulheres foram sequestrados pelos criminosos e mortos a tiros porque se recusaram a trabalhar para eles. Há uma segunda testemunha, de origem hondurenha, que está sob segurança do governo.
Os corpos das vítimas foram localizados em uma fazenda em Reyonosa, próxima à cidade de San Fernando, no estado de Tamaulipas, na fronteira entre o México e os Estados Unidos. Todas as vítimas estavam com bocas amordaçadas, mãos e pés amarrados, além dos olhos vendados. As vítimas foram colocadas de costas para as paredes.