Carlos Alberto Parreira afirmou nesta quinta-feira que recebeu uma proposta oficial para reassumir como técnico da seleção da África do Sul e que há vontade de ambas as partes para que seu retorno ao país-sede da Copa do Mundo de 2010 seja selado até o fim de semana.
O treinador campeão do mundo, que deixou os “bafana bafana” em maio do ano passado por questões pessoais, disse que um enviado da federação sul-africana de futebol esteve no Rio nesta semana e apresentou a proposta. Parreira não quis adiantar se aceitou, mas deixou claro que seu retorno está “encaminhado”.
“Algumas coisas ainda têm que ser aprovadas, é uma decisão que passa pelo governo. Existe uma proposta na mesa que não foi assinada, mas há um interesse mútuo”, disse Parreira em entrevista à Reuters por telefone.
“Eles têm urgência porque se trata de uma seleção do país que vai promover a Copa do Mundo, e todos estão cobrando muito deles isso. Até o fim dessa semana tem que ter uma solução”, acrescentou.
Parreira revelou que mantêm contato permanente com o auxiliar da seleção sul-africana, Jairo Leal, que foi levado por ele para a equipe e permaneceu durante a passagem do também brasileiro Joel Santana pelo comando do time.
Joel foi demitido nesta semana após uma série de oito derrotas nos últimos nove jogos, incluindo nos amistosos contra Noruega e Islândia na semana passada.
O treinador, cuja primeira passagem pela África do Sul durou de julho de 2006 a maio de 2008, acredita não ter concorrentes para assumir o cargo de substituto de Joel Santana. “Acho que não tem mais ninguém”, avaliou.
Se for confirmado seu retorno à seleção sul-africana para comandar o time no Mundial de 2010, essa será a sexta Copa do Mundo de Parreira como treinador.
Além de ter levado o Brasil ao tetracampeonato Mundial em 1994 nos Estados Unidos e de ter comandado a equipe na fracassada campanha de 2006 na Alemanha, o treinador também comandou Kuweit (1982), Emirados Árabes Unidos (1990) e Arábia Saudita (1998).
“O estímulo de voltar se dá porque que é o país que vai sediar a Copa do Mundo. Ser técnico do anfitrião é o grande desafio. Não é tapete vermelho. É muita cobrança”, afirmou Parreira, acrescentando que o objetivo no Mundial seria levar o time da casa no mínimo às oitavas-de-final.
“Das oitavas em diante é loteria. Vai depender do grupo que cair e do sorteio”, disse. ” Quem é dona da casa tem expectativas muitos maiores. O torcedor é emocional e meio irracional”, disse.
Sobre a demissão de Santana, que desde o início foi visto com desconfiança pela torcida e imprensa sul-africanas, apesar de ter sido indicado pelo próprio Parreira, o técnico disse que a pressão foi o principal motivo para a queda do treinador.
“Um treinador com um currículo como o meu tem um respaldo maior. O Joel já chegou muito cobrado. A imprensa de lá cobra muito. Havia uma pressão muito grande”, disse.