O curso de viabilidade da cultura da seringueira ministrado em São João do Pau D’ Alho pelo engenheiro agrônomo e técnico da Casa da Agricultura de Guapiaçu, Osmar Figueira e o representante da Colitex – Indústria e Comércio de Látex – Luiz Antônio Passarin foi concluído no último dia 29.

De acordo com o engenheiro agrônomo da Casa Agricultura de São João do Pau D’ Alho, Roberto Hissao Arakaki cerca de 50 produtores rurais e trabalhadores (sangradores) do município participaram do curso no primeiro dia, que envolveu a parte teórica, com informações sobre manejo da cultura e mercado e aproximadamente 20 participaram da parte prática. No segundo dia do curso, os participantes foram a campo aprender o modo correto de se fazer a “sangria” (extração do látex), existe um limite para a profundidade do corte, que se ultrapassado pode afetar o xilema (tecido por onde circulam águas e sais minerais) comprometendo as futuras extrações. “Trata-se de um trabalho artesanal”, diz o agrônomo. Em São João do Pau D’ Alho, até o momento quatro propriedades rurais possuem seringal.

Ainda segundo Arakaki, o objetivo é capacitar os produtores rurais, a fim de implantarem a cultura no município. A capacitação e a implantação da cadeia produtiva da seringueira integram o plano de desenvolvimento rural do município, que visa à fixação do homem no campo, a geração de renda e a diversificação de culturas, a ideia é consorciar a cultura da seringueira à cultura do urucum. O agrônomo destaca a potencialidade da heveicultura no município devido às condições favoráveis como: clima propício, solos profundos e arenosos, boa distribuição de chuvas, baixa altitude e consequentemente baixa umidade relativa do ar. As duas últimas são fundamentais para o não desenvolvimento do mal das folhas da seringueira, o fungo (Microcyclus Ulei) responsável pelo insucesso da heveicultura se desenvolve em regiões de alta umidade.

O assistente de planejamento do Escritório de Desenvolvimento Rural (EDR) de Dracena, Sebastião Neto de Carvalho e Silva aponta que uma das dificuldades para o produtor é o retorno financeiro em longo prazo, mas após esse período o látex pode ser extraído praticamente o ano todo. “A seringueira demora de cinco a sete anos para se desenvolver e só após esse período o látex pode começar a ser extraído, mas a rentabilidade é atrativa já que a produção do látex pode se estender por cerca de 50 anos”, explica. Silva ressaltou a absorção da mão-de-obra familiar na cadeia produtiva da seringueira e a necessidade de organização dos produtores rurais para se consolidar a comercialização.

O curso de viabilidade da cultura da seringueira foi promovido pela Cati – regional de Dracena em parceria com a Prefeitura, Casa da Agricultura, Associação de Produtores Rurais e Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural de São João de Pau D’ Alho. Também estiveram presentes o prefeito Dinael Perli e os assistentes de planejamento do EDR Sebastião Neto de Carvalho e Silva e Paulo Sérgio Martim.

FINANCIAMENTO – O Banco do Brasil oferece uma linha de financiamento para o setor da seringueira. Foram colocados R$ 20 milhões à disposição do produtor paulista, com juros de 6,75% ao ano. A novidade está nos prazos de pagamento. Por causa do ciclo produtivo da seringueira, o produtor terá até 12 anos para pagar e até sete anos de carência. A árvore da seringueira só começa a produzir a partir do sétimo ano, sendo o auge da coleta aos nove e dez anos. O teto de financiamento será de R$ 100 mil por tomador, limitado a R$ 7 mil por hectare.

(Com informações da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo).