O desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) do país, divulgado hoje (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi visto de maneira positiva pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e pela Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib). No entanto, por meio de nota, ambas alertaram para o risco de desaceleração da atividade econômica, que já afeta o setor industrial.

“O dado agregado é positivo, pois revela crescimento da economia. Porém, ao analisarmos os componentes setoriais, é possível observar um desempenho negativo da indústria de -1,3% em relação ao trimestre anterior”, destacou a nota divulgada pela Fiesp.

Segundo a entidade, essa queda no desempenho industrial é “incompatível com o crescimento da demanda, que apresentou uma evolução de 1,6% no consumo das famílias e 3,9% em investimentos”.

Na opinião do presidente da Fiesp, Paulo Skaf, expressa na nota da entidade, parte da culpa do mau desempenho da indústria deve ser creditada ao real valorizado. “O crescimento da demanda vem sendo atendido pelos importados. Isso é um efeito claro da taxa de câmbio valorizada, que barateia artificialmente o produto importado, prejudicando a produção e o emprego”.

Já o presidente da Abdib, Paulo Godoy, considerou o desempenho do PIB “saudável e vigoroso”. Mas ressalvou que a trajetória de crescimento dos investimentos e de desaceleração da atividade econômica apontam para a necessidade de se fortalecer o financiamento de longo prazo no país, principalmente em infraestrutura, que deve crescer a uma taxa anual média de 10% ao longo dos próximos anos.

“Isso exigirá uma capacidade de financiamento de longo prazo importante para suportar os projetos, paralelamente ao sistema público”, disse Godoy.

Segundo o IBGE, no terceiro trimestre deste ano, o PIB brasileiro cresceu 0,5% em comparação com o trimestre anterior.