Os 180 estudos preparatórios que o pintor modernista Candido Portinari fez durante quatro anos para os painéis Guerra e Paz serão reunidos pela primeira vez no Brasil, procedentes de diversas coleções particulares no país e no mundo. A exposição deverá ficar aberta em São Paulo nos meses de julho e agosto de 2011.
Considerado a obra-prima de Portinari, o trabalho volta a ser exposto hoje (21) no Theatro Municipal do Rio. Eles foram oferecidos de presente pelo governo brasileiro à sede da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova York, em 1956, e não voltaram a ser vistos pelo público nacional.
Em São Paulo, as obras integrarão a maior exposição sobre Portinari no país, reunindo outros quadros do pintor, informou à Agência Brasil seu filho, João Candido Portinari, responsável pelo projeto. Os estudos preparatórios nunca foram vistos em seu conjunto, “e muito menos com os painéis”, disse ele.
Por sua magnitude, a mostra deverá ser montada no Pavilhão de Exposições OCA, no Parque Ibirapuera. O local está capacitado para receber mais de 100 mil pessoas em cada fim de semana. O projeto está sendo desenvolvido em sintonia com o Museu de Arte Moderna de São Paulo.
Antes que os painéis retornem à ONU, em agosto de 2013, eles serão mostrados em vários países. João Candido informou que a primeira cidade, depois de São Paulo, onde a obra-prima de Portinari poderá ser apreciada será Paris, na França, ou Veneza, na Itália. “Isso encerraria o ano de 2011”.
Em 2012, há três itinerâncias planejadas: o Museu da Paz, em Hiroshima, no Japão; o Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (Cern), em Genebra, na Suíça; e Oslo, na Noruega.
João Candido está buscando patrocínio da empresa norueguesa de petróleo Statoil para que o Prêmio Nobel da Paz de 2012 seja entregue no local da exposição dos painéis Guerra e Paz.
“O presidente da Statoil classificou a idéia de esmagadora e se entusiasmou, porque a Noruega tem uma cultura de paz”. João Candido acrescentou que, do ponto de vista simbólico, talvez essa seja a iniciativa que “tem um impacto máximo, que é o de vincular a mensagem brasileira pela paz de um pintor brasileiro com o Prêmio Nobel da Paz norueguês”.