Com a chegada das festas de fim de ano pensamos em relaxar, rever os amigos e família e aproveitar bem os dias de descanso. Com tantas oportunidades é mais do que comum exagerar no consumo de álcool e sentir os efeitos de seu excesso em nosso corpo no dia seguinte. Esse quadro em que o organismo está intoxicado pelo álcool é chamado de veisalgia, conhecido popularmente como ressaca.

As características mais comuns relatadas incluem dor de cabeça, sensibilidade a luz e ruídos, náuseas e sede. Em casos mais graves pode causar diarreia, vômito e letargia.

Além dos sintomas físicos ela pode incluir sintomas psicológicos, como depressão e ansiedade. “Todos esses problemas estão relacionados à desidratação causada pelo excesso de álcool”, diz a nutricionista funcional Pollyana Esteves.

O desconforto da ressaca é tanto que não faltam receitas populares para prevenir e curar os sintomas. Veja a seguir o que é verdade e o que é mito e pare de sofrer com os efeitos dela.

Tomar uma colher de azeite antes de beber diminui a absorção de álcool – É mito
Diz a lenda que mandar uma colher de óleo garganta abaixo antes da balada irá forrar o estômago com uma camada de óleo, que diminuirá a absorção de álcool pelo organismo. A explicação parece fazer sentido, mas não traz esse efeito na prática. “Tomar uma colher de azeite não interfere em nada absorção de álcool pelo estômago.

Na verdade pode até piorar o enjoo que sentimos quando ingerimos muita bebida alcoólica. O melhor meio de diminuir os efeitos do álcool é comer alimentos antes de beber”, explica a nutricionista.

Fumar enquanto bebemos amplifica os efeitos do álcool – É verdade

A combinação cigarro e álcool é desastrosa. A fumaça do cigarro que vai para os pulmões atrapalha a absorção de oxigênio, deixando o corpo mais vulnerável à intoxicações. “Com a falta de oxigênio, todo o corpo tem suas funções alteradas, inclusive o fígado e o sistema nervoso, partes do corpo que mais sofrem com os efeitos do álcool. Por isso quem fuma e bebe ao mesmo tempo, sofre ainda mais com a ressaca”, explica Polyana Esteves.

Tomar café puro acelera a recuperação – É mito

Uma das receitas caseiras mais famosas para acabar com a ressaca é tomar um café forte, sem açúcar para estimular o corpo. Tomar café para aplacar a ressaca só se for com açúcar. A glicose ajuda a quebrar o álcool que está no sangue, acelerando o processo de desintoxicação do organismo. “O café realmente tem efeito estimulante, mas não ajuda a metabolizar o álcool”, diz Polyana Esteves.

Água é a melhor receita – É verdade

O melhor modo de amenizar e tratar os efeitos da ressaca é hidratar o corpo. Por isso, a água é uma ótima opção, e deve ser consumida não só durante uma ressaca, mas também quando estamos ingerindo bebidas alcoólicas. “Uma boa dica para combater a desidratação causada pelo álcool é intercalar cada dois copos de bebida alcoólica com um de água”, diz a nutricionista Pollyana Esteves.

No entanto, a água não é a única saída para hidratar o corpo. Sucos, água de coco e bebidas isotônicas são boas maneiras de compensar a falta de água no organismo. “Alguns chás, como o de hortelã, também podem ajudar tanto por hidratar o corpo como para facilitar a digestão do álcool”, diz a especialista.

E muito cuidado com os energéticos, que costumam ser associados ao consumo de álcool! Eles são diuréticos, ou seja, além de não hidratar eles favorecem a desidratação, potencializado os efeitos do álcool e da ressaca.

Tomar mais bebida alcoólica melhora a ressaca – É mito
Aquela velha história de que tomar mais álcool ajuda a curar a ressaca é um dos piores erros para aliviar o desconforto. “O seu corpo já está tentando se livrar de todo aquele álcool, e ingerir mais dessa substância pode até trazer alguma sensação de bem estar no começo, mas logo irá piorar os sintomas e atrasar a recuperação”, explica a nutricionista.

Remédios ajudam a diminuir os sintomas- É verdade
Alguns remédios, como analgésicos, realmente fazem efeito.

Eles afinam os vasos sanguíneos, afastando a dor de cabeça e a sensação de enjoo. Mas jamais consuma remédios com bebidas alcoólicas, como se os medicamentos tivessem ação preventiva. Eles podem reagir com a bebida e causar problemas como tonteira, vômito, perda da coordenação motora e redução dos reflexos, entre outras reações mais graves.

O ácido acetilsalicílico, encontrado na Aspirina e em outros analgésicos, se combinado com álcool, pode causar irritação na mucosa gástrica e aumentar o risco de hemorragia gastrointestinal.

Já na interação de álcool com Paracetamol, princípio que é encontrado em medicamentos como o Tylenol, o risco de causar danos ao fígado é grande.

(Fonte: UOL)