A União Democrática Ruralista (UDR), entidade que representa produtores rurais, vai pedir o bloqueio dos carros usados pelos militantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) e de outros movimentos nas invasões de fazendas no oeste do Estado de São Paulo.
Desde o último sábado, 38 propriedades rurais sofreram invasões ou turbação de posse na região. De acordo com o presidente da UDR, Luiz Antonio Nabhan Garcia, os sem-terra usaram carros novos e de valor nas ações. “São invasores chiques, de alto padrão, pois foram invadir em carros do ano e caminhonetas, mas isso vai possibilitar que o proprietário tente se ressarcir dos prejuízos, através do sequestro judicial dos bens”, afirmou.
Segundo Nabhan Garcia, a UDR enviou ofícios aos comandos regionais da Polícia Militar solicitando as placas dos veículos usados nas ações. “A PM agiu corretamente ao identificar os líderes das invasões e anotar as placas dos carros. Vamos processar os invasores para que respondam na esfera civil e criminal por seus atos.”
Além do prejuízo direto com o rompimento de cercas e portões, o fazendeiro sofre as perdas na produção e ainda gasta com as ações de reintegração de posse. “Sem contar o desgaste psicológico e o prejuízo moral”, aponta o presidente.
Ele conta que os donos de fazendas no 15º Perímetro, uma área de 92,6 mil hectares que a Justiça julgou como devoluta, no Pontal do Paranapanema, estão entrando com ações de interdito proibitório na tentativa de evitar invasões. “O Zé Rainha [José Rainha Júnior, líder dos sem-terra] está levando um monte de gente para acampamentos nessa região. Dali eles vão para dentro das fazendas. O que o produtor espera é que as autoridades, em vez de pressionar a Justiça para tomar a terra dele, façam alguma coisa para impedir as invasões.”
Nessa terça-feira (18), mais duas fazendas foram desocupadas, nos municípios de Tupã, na Alta Paulista, e Caiuá, no Pontal, em cumprimento a liminares dadas pela Justiça.
Com informações de José Maria Tomazela, do Estadão.