O delegado de Vinhedo, Álvaro Santucci Noventa Junior ouviu na manhã desta terça-feira, 6, depoimento de um dos funcionários do parque Hopi Hari, que operava a atração La Tour Eiffel, no dia 24, data em que a adolescente Gabriela Nishimura de 14 anos, morreu após cair do brinquedo. Segundo a polícia e a promotoria, a garota sentou-se em uma cadeira inutilizada a mais de 10 anos e que deveria estar interditada.
O operador Marcos Antonio Tomas Leal, de 18 anos, chegou à delegacia por volta das 9h30 acompanhado de seu advogado. Em depoimento dado na quarta-feira passada seu colega de trabalho Vitor Igor Spinucci de Oliveira afirmou à polícia que, 15 minutos antes da abertura dos portões do parque, Leal teria notado que a trava da cadeira inutilizada do setor 3 estava solta, permitindo que alguém que a forçasse pudesse sentar ali.
Leal confirmou ter avisado Oliveira do problema, que repassou a informação a outra operadora. A colega teria avisado um superior sobre a situação e recebido a orientação para prosseguir as atividades e que alguém da manutenção seria acionado.
O advogado do parque, Alberto Toron, reconheceu na semana passada que houve a cadeira não deveria ser usada e afirmou que os funcionários deveriam ter parado o brinquedo ao observar a inconformidade.
O advogado de Oliveira e de Leal, Bichir Ale Bichir Junior, disse que os operadores não têm autonomia para tomar esse tipo de decisão conforme manual de “padrão básico operação rides” entregue aos operadores. Nesta segunda-feira, Bichir Junior protocolou cópia do manual na delegacia.
Marcos Leal também é um dos funcionários que aparecem em foto entregue pela família de Gabriela ao delegado na semana passada. A mãe da menina, Silmara, disse na semana passada que notou a falta do cinto de segurança que deveria prender a trava no assento de Gabriela. Silmara afirmou ter questionado sobre a ausência do equipamento e ter ouvido: “O brinquedo é seguro”. Ela não identificou quem teria falado a frase.
O advogado de Leal disse que seu cliente não operava o setor 3 naquele dia. O setor era é o bloco de cadeiras de que faz parte o assento usado por Gabriella. “Ele devia estar em movimento quando a foto foi tirada”, afirmou. Vitor Oliveira disse em seu depoimento na semana passada que o rapaz que operava o setor 3 chama-se Edson. Nem a polícia nem o advogado divulgaram o nome completo do funcionário, mas, nesta segunda-feira, o delegado informou que tentava contato com o advogado do operador para marcar o depoimento.