O velório da jovem Ana Carolina Cópia Teixeira, de 21 anos, que morreu na madrugada desta segunda-feira (1º), uma semana após ser atropelada quando saía do trabalho em Santos, no litoral de São Paulo, foi marcado por revolta de amigos e familiares, inconformados com o fato de que o responsável pelo atropelamento da garota tenha fugido do local do acidente sem prestar assistência.
Dezenas de parentes e amigos da jovem foram até o velório de Ana Carolina, na tarde desta segunda-feira, para prestar as últimas homenagens e se despedir dela. Luiz Henrique Nalin, um dos amigos mais próximos da vítima, chegou bastante emocionado ao local. “Infelizmente parece que a vida não tem mais valor. Parece que é só uma palavra. A morte dela não pode ficar como mais um número na estatística. Não pode cair no esquecimento. O cara não teve nenhuma decência de ligar para o resgate. A família precisa procurar um advogado para dar sequência ao processo. A história não pode morrer com ela”, pede.
Segundo Fernando Toledo, professor de inglês e amigo da vítima, Ana Carolina pretendia se casar em breve. “Ficamos muito sensibilizados com a morte mas, além disso, nos sensibilizamos com os amigos e a família dela. Eles não estão nada bem. Acredito que a pior dor é aquela que é invisível. O Giovanni (namorado) pretendia casar com a Ana Carolina em breve.”
O enterro da jovem será realizado nesta segunda-feira, às 16h30, no Cemitério do Saboó, em Santos.
O acidente
Ana Carolina Teixeira foi atropelada no dia 23 de setembro. A jovem, de 21 anos, voltava do trabalho, por volta das 4h, quando foi surpreendida por um veículo em alta velocidade. O motorista que estava no carro não prestou socorro à vítima, que foi levada para a Santa Casa de Santos e passou por uma cirurgia por causa de um traumatismo craniano. A jovem permaneceu internada mais de uma semana na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital em coma induzido, até sofrer uma parada cardíaca e morrer.
Campanha nas redes sociais
Na última quarta-feira (26), amigos de Ana Carolina se mobilizaram em uma rede social para conseguir doações de sangue. Apenas na quarta, 59 pessoas foram até o hospital doar sangue em nome dela. Em uma das mensagens colocadas na rede social, mais de 2 mil pessoas compartilharam a ação, e o número de doadores não parou de crescer. Segundo a Santa Casa de Santos, o acidente com a jovem mobilizou um número recorde de doadores na cidade. Foi o maior movimento dos últimos cinco anos no local.
Para Nalin, a mobilização serviu para que várias pessoas levantassem a bandeira da doação de sangue. “As pessoas que se manifestaram para ajudar a Carolina também ajudaram muitas pessoas que poderão precisar desse sangue um dia”, explica.