Os prejuízos causados pelas depredações de manifestantes no Palácio Tiradentes, na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), pode chegar a 2 milhões. A informação foi divulgada nesta terça-feira pelo presidente da assembleia legislativa, deputado Paulo Melo (PMDB).

Segundo o deputado, 30% das vidraças do prédio histórico, de 1926, foram quebradas – apenas no segundo andar. Cadeiras e vidros franceses foram depredados no salão nobre do palácio, no terceiro andar.

As salas que tiveram mais problemas pertencem à lideranças do PMDB, que ficam no segundo andar. Uma delas chegou a ser invadida por um manifestante.

Mesas de madeira de lei foram usadas para fazer barricadas em uma das janelas da sala do PMDB – na tentativa de evitar a entrada dos invasores.

“A manifestação aconteceu na avenida Rio Branco, o que fizeram aqui na Alerj (rua Primeiro de Março) foi um ato desonesto de vandalismo”, disse Paulo Melo.

O presidente da assembleia admitiu que estava em contato direto com o governador Sérgio Cabral (PMDB) por telefone ao final das cerca de três horas de ataques contra o palácio, mas só acionou o Batalhão de Choque por volta das 23h30.

“Quem decidiu a hora do Choque chegar fui eu. A decisão foi do presidente da Câmara (dos deputados)”, afirmou.

Melo afirmou que a Alerj não possui seguranças armados. Os policiais militares envolvidos no confronto pertencem ao 5 Batalhão da Praça da Harmonia e estavam todos com armas de fogo. No total, 75 PMs participaram da ação.

“A polícia agiu dentro do contexto no momento apropriado. A polícia seguiu em determinados momentos as minhas instruções”, disse o deputado.

Melo contou que seguranças montaram barricadas com móveis antigos para evitar que o parlamento fosse invadido.

Fachadas e mármores da Casa também foram danificados. Móveis históricos se amontoavam nas portas principais do palácio.

“O maior prejuízo é imaterial porque é inconcebível a destruição de um patrimônio histórico. Até nas revoltas da ditadura quando se brigava pela democracia se preservava o patrimônio histórico”, disse.

O deputado informou que vai “pensar” em possíveis mudanças na segurança da Alerj. O palácio funciona com as portas fechadas nesta terça-feira. Seguranças pedem a identificação dos visitantes na entrada e o Batalhåo de Choque observa o movimento no espaço.