Após um grupo de manifestantes ser recebido por vereadores de Campinas (a 93 km de São Paulo) na noite desta segunda-feira (24) e entregar uma carta com as reivindicações do movimento, as cerca de 3.000 pessoas que caminharam até a câmara foram até a prefeitura para encerrar o terceiro ato por melhorias no transporte público da cidade.
Novamente houve confronto entre Guardas Municipais e a PM (Polícia Militar) com manifestantes no Paço Municipal e as pessoas correram em direção ao centro da cidade. No meio do caminho, vândalos aproveitaram da correria para depredar e saquear estabelecimentos.
Terceira manifestação em Campinas vai à Câmara pedir CPI do Transporte
Na avenida Dr. Thomaz Alves, próxima à prefeitura, uma loja de moda feminina foi saqueada e um estabelecimento do Boticário teve a porta quebrada –mas nada foi levado.
“Levaram um monte de mercadoria”, diz uma das proprietárias, Luiza Keunecke, 22, que foi avisada do saque por outro comerciante da rua. “Ainda não sei nem quanto. Eu estava na manifestação de quinta, mas não fui mais por causa da violência”.
No primeiro protesto, ocorrido na semana passada, mais de 30 mil pessoas foram às ruas em uma passeata que começou pacífica, mas terminou em confronto com guardas e policiais e a depredação da prefeitura e vários estabelecimentos da região central.
Tiago Campos, que é dono de uma academia a poucos metros da loja, diz que um grupo de vândalos quebrou a porta e invadiu o estabelecimento, levando vários produtos. “Não tinha o que fazer. Era muita gente”.
“Eu ficou todo dia aqui até o fim da manifestação. Na quinta eu fiquei até meia noite e na sexta até meia noite e meia. No sábado e no domingo passei aqui para ver se estava tudo bem”, diz Campos, referindo-se aos dois primeiros protestos, ocorridos na semana passada.
“Cada dia tem mais vândalos e menos manifestantes”, diz o dono da academia. “Eles vêm antes, durante o dia, para ver o que tem em cada estabelecimento. Depois aproveitam a confusão para saquear”.