O acidente com o Fokker 100 da TAM, que aconteceu na rua Luís Orsini de Castro, no Jabaquara, zona sul de São Paulo, é lembrado por poucos moradores. Entretanto, as imagens que voltam à mente das pessoas após 17 anos da tragédia ainda são fortes.
Após algumas recusas a comentar o assunto, uma senhora chega a dizer que ainda faz tratamento para se curar do trauma e pede desculpas por não conseguir relatar o que viu no dia.
O avião decolou do aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, às 8h26 do dia 31 de outubro de 1996, uma quinta-feira, com destino ao Rio de Janeiro. E menos de meio minuto depois, bateu em três prédios e caiu sobre oito casas, matando 99 pessoas.
A dona de casa Sônia Regina Tezine teve a casa destruída e relembra que a turbina da aeronave ficou em cima do imóvel.
“Era aquele destroço, só polícia [sic], só corpo no chão, pedaço de braço, pedaço de perna. Foi uma coisa que ninguém gosta de lembrar”, conta a empregada doméstica Maria José do Nascimento.
Já o autônomo Clóvis Gomes relata que o que mais o marcou foi o forte cheiro de carne humana queimada.
Muitas pessoas se mudaram após o acidente, e quem continua morando na rua não acredita em uma segunda tragédia, mesmo tendo medo do barulho dos aviões que sobrevoam o local em intervalos de até 30 segundos nos períodos da manhã e da noite.
“Eu acho que não vai cair duas vezes, igual raio que não cai duas vezes no mesmo lugar. Eu espero, né? Para quem esteve aqui naquele dia, a gente brinca, mas não é fácil”, diz o marceneiro Edson Jerônimo Comin.
* Colaborou Bruno Landim Pedersoli