A Polícia Civil pediu imagens de câmeras de segurança aos comerciantes da rua Oscar Freire, nos Jardins, área nobre da zona oeste de São Paulo. Os vídeos servirão para a polícia identificar quem furtou uma estátua da Mônica instalada no local na última sexta-feira (8).
Segundo a Secretaria da Segurança Pública, até a noite de ontem nenhuma imagem havia sido recebida pelos policiais que investigam o caso.
Foram necessários sete dias para que a obra, feita em fibra de vidro, com 1,60m e cerca de 15 kg, ficasse pronta para ser exposta. Para ser roubada, no entanto, bastaram menos de três horas na rua mais chique da cidade.
Toda decorada com estrelinhas e com a cara de “seu pai” estampada no vestido, a obra é uma das 50 produzidas por artistas escolhidos por Maurício de Sousa, cartunista e que criou a personagem há 50 anos, inspirado na própria filha. A exposição urbana “Monica Parade” é para comemorar meio século de criação da baixinha dentuça.
As esculturas personalizadas foram espalhadas em todas as regiões de São Paulo, cada uma com uma versão diferente da Mônica. Na Oscar Freire, o local escolhido para colocar a obra foi em frente à lanchonete Frevo, na mesma região de lojas de luxo, como a Mont Blanc.
“Acho que ninguém chegou a ver [a obra], exceto os ladrões. Colocaram [na calçada] por volta das 3h de sexta-feira (8), mas quando o dono da banca de jornal que fica em frente chegou [às 6h], ela já tinha sido levada”, afirma o artista plástico Lobo, autor da Mônica roubada.
O artista diz acreditar que o roubo possa ter sido encomendado. “Deve ter sido retirada com cuidado pela base, além de ter sido levada por um veículo porque ninguém vai sair por aí carregando um boneco tão grande”, afirma.
O analista de internet Mauricio Branco é uma das pessoas que ficaram frustadas por não encontrar a arte. Ele saiu de Higienópolis (centro) e foi à Oscar Freire no último sábado (9) por volta das 16h para ver a obra. “Achei a estátua muito legal, cheia de estrelas, ao estilo David Bowie, e queria tirar uma foto. Quando cheguei lá, ninguém sabia do que eu estava falando. Cheguei a ir até o fim da rua para ver se a Mônica estava em outro lugar”, disse.
A Panini, responsável pela exposição, informou que, por ficarem na rua, algumas obras foram pichadas. Ao menos outras cinco foram danificadas, como a que fica próxima ao Masp, na avenida Paulista. “Vestida” com uma faixa de embaixadora do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), a peça foi personalizada pelo próprio Maurício de Sousa.
A estátua exposta na praça Benedito Calixto (zona oeste) também foi danificada com o desenho de uma suástica -símbolo nazista.
MÔNICAS POR AÍ
As outras 49 Mônicas estão em parques, pontos turísticos e CEUs (Centro Educacional Unificado). Bairros da periferia da cidade, como Itaim Paulista e Guaianazes (zona leste) e Pirituba (zona norte) também receberam as versões decoradas da dentuça.
A exposição ocorre até dia 8 de dezembro. As peças serão leiloadas e o dinheiro arrecadado será doado para as crianças atendidas pelo Unicef.