A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo confirmou, na manhã desta segunda-feira (23), a morte da 16ª vítima do acidente com um ônibus da viação Nossa Senhora da Penha, na rodovia Régis Bittencourt, na madrugada de ontem.
O corpo da funcionária pública Valéria Santos Leite foi identificado por um dos filhos na madrugada desta segunda-feira no IML (Instituto Médico Legal). O filho confirmou que o corpo, que por estar sem identificação não constava em nenhuma lista de óbitos, era de Valéria.
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Segundo a Polícia Civil, ela estava dentro do ônibus, mas seu nome não constava na lista oficial de passageiros porque ela havia comprado a passagem em janeiro deste ano e cancelado. Ela trocou o bilhete por outro em branco que foi carimbado no dia da viagem.
Valéria é a 54ª passageira do ônibus, que saiu da pista e caiu em um barranco na rodovia Régis Bittencourt, no km 301 em São Lourenço da Serra (Grande São Paulo).
Segundo a PRF (Polícia Rodoviária Federal), o ônibus seguia no sentido São Paulo quando saiu da pista em uma curva, no km 301, e caiu em um barranco de cerca de 10 metros de altura.
O ônibus havia saído de Curitiba na noite de sábado com destino ao Rio.
Ao todo 30 passageiros ficaram feridos e foram levados para hospitais da região. Até às 8h, desta segunda-feira, quinze pessoas continuavam internadas. Uma das vítimas permanece na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Geral de Itapecerica da Serra, na região metropolitana.
O motorista do ônibus, Oseas dos Santos Gomes, 56, foi indiciado por homicídio culposo (sem intenção de matar) e lesão corporal.
Segundo o delegado Renato Gonçalves Coletes, do 1º DP de Itapecerica da Serra (Grande São Paulo), “tudo indica” que o condutor caiu no sono.
Em depoimento, ele afirmou que, quando percebeu, o ônibus já estava caindo, o que reforça a hipótese da polícia.
A reportagem não conseguiu entrar em contato com ele. Procurada, a Viação Penha não informou se o motorista já tem advogado.
A administradora Kelly Cristina Guimarães, 33, mora em Curitiba, mas também compareceu à delegacia. Sua mãe, Regina Célia Guimarães, 58, morreu no acidente.
“Ela ia pela primeira vez ao Rio, para passar as festas de fim de ano com a família”, diz.
Em nota, a empresa de ônibus informou que “se solidariza com os familiares e amigos das vítimas”.
HISTÓRICO VIOLENTO
A Régis Bittencourt é uma das rodovias mais perigosas do Brasil, segundo um levantamento feito pela Polícia Rodoviária Federal. Em 2013, aconteceram 866 acidentes com 423 feridos e 36 mortos.
O trecho mais violento fica entre o km 270 e o km 280, na região de Taboão da Serra. Ali, aconteceram neste ano 268 acidentes, com 167 feridos e sete mortos.
O Estado de Santa Catarina tem a rodovia com o trecho mais violento do país. Entre o km 200 e km 210 da BR-101, houve 1.049 acidentes com 516 feridos e 13 mortes.