“Companheiro, são R$ 20 a Zona Azul. Na verdade, o oficial da prefeitura custa R$ 15, o resto é pra gente tomar conta do patrimônio do senhor.”

Constrangido, o motorista, que está com a família, paga ao flanelinha.

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“Eu até sei que uma Zona Azul não custa R$ 20, mas tive que pagar por medo de ter o carro riscado. Não tem nenhum policial por aqui”, reclama à Folha o empresário Carlos Alberto Gagliassi, 40.

Gagliassi foi abordado por um dos oito flanelinhas que disputavam a gritos os clientes na praça Charles Miller, anteontem.

Na hora, havia um carro da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) no local, que logo foi embora.

Todos iam ao Museu do Futebol, no estádio do Pacaembu, um dos mais visitados da cidade.

Nas bilheterias do estádio, no entanto, uma folha de Zona Azul custa R$ 3 e vale por três horas.

Outro visitante que reclama é Aldo Aristimunho, 50. “Eu sou de Campo Grande, não tenho ideia de quanto custa para estacionar aqui. Falta sinalização e fiscalização.”

Longe dali, em outro ponto turístico da cidade, o Mercadão, a cena se repete. A hora da Zona Azul é comercializada irregularmente de R$ 4 a R$ 6.

Os flanelinhas compram o talão com dez folhas pelo preço de R$ 28.

A CET orienta que o motorista deve comprar o talão da Zona Azul apenas de revendedores credenciados.

 Davi Ribeiro/Folhapress 
Flanelinhas vendem cartões de Zona Azul diante do estádio do Pacaembu; valor é quase 6 vezes maior do que o oficial
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