A Prefeitura de São Paulo encara a questão da recuperação da região conhecida como cracolândia, no centro, como sendo “um problema permanente da cidade”. Segundo o prefeito Fernando Haddad (PT), a iniciativa, que desde quarta feira (15) retirou barracos e começou a dar uma bolsa de R$ 15,00 para frequentadores da região, não pode ser encarada somente como um programa social.

“É um processo inédito e ousado que exige monitoramento diário. Eu orientei todos os secretários, não tratem como um programa e sim como sendo uma crise permanente”, disse Haddad.

Segundo ele, nesta sexta-feira (17) toda a região foi ocupada pela GCM (Guarda Civil Metropolitana) e pela Polícia Militar. Todos, de acordo com Haddad, estão orientados a não promover uma “política higienista” no local.

O prefeito ainda disse que novas frentes de trabalho estão sendo criadas para auxiliar aqueles que moravam na cracolândia. “Há um consenso por parte daquele que moram lá que a iniciativa precisa dar certo. Esta havendo cooperação dos próprios usuários”, afirmou.

Haddad ainda disse que nesta primeira etapa os agentes da prefeitura farão o acompanhamento e a orientação dos frequentadores da área. “Não é uma política fácil. Teve usuários que tiveram crise de abstinência durante a madrugada. Eles foram atendidos. Por isso é importante a presença da prefeitura lá”, disse Haddad.

Orçamento

O prefeito também comentou sobre o congelamento de R$ 10 bilhões do Orçamento para este ano. De acordo com Haddad, esta quantia não está bloqueada e aos poucos a verba será liberada conforme a necessidade.

Ele, no entanto, lamentou, mais uma vez, o fato de a prefeitura não poder contar com o dinheiro do aumento do IPTU. No total, a cidade deixou de receber, segundo Haddad, R$800 milhões para investimentos.

“Ano passado batemos o recorde histórico de investimentos. Com o combate à corrupção e com corte de gastos conseguimos investir mais de R$ 3 milhões. Este ano poderia ser ainda maior este montante. Esse é o nosso argumento para que a Justiça reverta essa situação”,