Um dia depois da falha, a linha 3-vermelha do metrô de São Paulo estava igual a todos os dias. O ramal mais lotado da rede parecia, às 18h de ontem, uma panela de pressão prestes a explodir -como anteontem.
A linha transporta, em média, 72 mil usuários por hora.
Na Sé, as cenas eram as mesmas: para entrar no trem, passageiros se empurravam, brigavam. Quando um trem chegava vazio havia gritos de euforia. Estava muito calor.
Para esfriar os ânimos, seguranças intervinham. Até PMs, já fora do trabalho mas fardados, também tentavam conciliações.
Na chegada, muitos passageiros viam a plataforma completamente ocupada e resmungavam, lembrando o tumulto de anteontem.
O medo era que, além da lotação habitual, o caos se repetisse. O contabilista Fernando Custódio, 32, que mora na Vila Matilde (zona leste), desistiu de embarcar. “Depois de ontem, quando demorei três horas pra chegar em casa, vou de ônibus.” E foi.
Já a analista Carla Silva, 36, da Vila Guilhermina (zona leste), esperou mais. “De ônibus demoro muito, por causa do trânsito. Mesmo o metrô cheio ainda vale a pena.”
Às 19h, o volume de passageiros diminuiu. “Hoje foi tranquilo”, disse um segurança que não quis se identificar.
Editoria de Arte/Folhapress | ||