O empresário Sulivan Cândido de Oliveira, 26, que atropelou dez pessoas na Vila Madalena, na zona oeste de São Paulo, foi autuado em flagrante por embriaguez ao volante e lesão corporal culposa (sem inteção).
Somadas, as penas pelos dois crimes podem chegar a cinco anos de prisão, motivo pelo qual ele não teve direito à fiança. Por vota das 9h40 desta segunda-feira (24), o suspeito deixou o 14º DP (Pinheiros) , na zona oeste, com a cabeça enfaixada e foi levado para o 91º DP (Ceagesp), também na zona oeste, já que o 14º DP não possui carceragem.
Sulivan não falou com a imprensa. Ele deverá ser encaminhado ao CDP (Centro de Detenção Provisória). A Polícia Civil está em busca de imagens que possam esclarecer as circunstâncias do atropelamento.
O acidente aconteceu na noite deste domingo (23) na esquina das ruas Aspicuelta e Fidalga, durante a passagem de um bloco de Carnaval.
De acordo com a polícia, dez pessoas foram atropeladas. Seis delas foram socorridas para unidades de saúde da cidade pelo SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e as outras por amigos ou parentes.
Amanda Graziele Silva Lima, 26, continua internada no Complexo Hospitalar Eduardo Vasconcelos, na zona sul da capital. O estado de saúde dela não foi divulgado.
Relatos
Em depoimento à polícia, vítimas e testemunhas contaram que era intensa a movimentação de pessoas quando viram uma discussão entre o suspeito pelo atropelamento e quatro pessoas que estavam atrás do carro que ele dirigia.
“[Testemunhas e vítimas] afirmaram que o motorista do carro abriu a porta do veículo, ocasião em que um dos homens que estavam atrás do automóvel atirou cerveja contra o motorista , que tentou evadir-se do local, atropelando vários transeuntes”, informa o boletim de ocorrência.
O empresário contou à polícia que estava na festa, mas que precisou deixar o local por motivos familiares.
“Ele disse que, em face da multidão na rua, houve algum desentendimento com as pessoas, que começaram a bater no carro, e ele teria se apavorado. Na ânsia de deixar o local, com receio de um eventual linchamento, ele teria atropelado as pessoas”, relatou o delegado Gilmar Contrera, titular do 14º DP (Pinheiros), onde o caso foi registrado.
Segundo a polícia, testemunhas relataram que o empresário apresentava sinais de embriaguez. Ele não foi submetido ao teste do bafômetro.
“A delegada [Bárbara Costa, que registrou a ocorrência] disse que teve contato com a médica que atendeu o suspeito e ela teria confirmado que ele apresentava sinais de embriaguez”, disse Contrera.
Segundo o jornal “Folha de S.Paulo”, o comerciante afirmou que levou pontos na cabeça e nas mãos por causa das agressões que sofreu. Ele disse que acelerou o carro “para fugir da multidão”.
A região foi uma das que mais concentrou blocos de rua na capital ontem. Seis blocos circularam entre Pinheiros e Vila Madalena, um quarto dos que saíram em toda a cidade (24). (Com Estadão Conteúdo)