O submarino não tripulado Bluefin-21, que faz o trabalho de rastreamento das profundezas do Oceano Índico em busca do avião da Malaysia Airlines desaparecido desde o dia 8 de março, completou nesta terça-feira (22) sua nona missão, mas continua sem encontrar evidências do provável acidente com a aeronave.
A área de buscas se concentra em um raio de 10 km² ao redor de onde foi detectado um sinal acústico que supostamente viria da caixa-preta do Boeing 777, segundo comunicado divulgado pelo Centro de Coordenação de Agências Conjuntas, órgão responsável por coordenar a operação multinacional.
O Bluefin-21 já fez uma varredura em dois terços da área estabelecida, sem identificar nenhum “objeto” que pertença ao avião.
O ministro dos Transportes da Malásia, Hishammuddin Hussein, informou que o submarino deve terminar seu trabalho de mapeamento do leito marinho na área de buscas até esta sexta-feira (25)
O Bluefin-21 tem 5 metros de comprimento e capacidade para submergir a 4,5 mil metros de profundidade. O equipamento usa um sonar para criar imagens do fundo do mar que, depois, são analisadas por uma equipe de especialistas.
No entanto, devido à profundidade da área de buscas e ao fato de o submarino já ter sido utilizado além de sua capacidade, é provável que as autoridades usem dispositivos com capacidade para cobrir uma extensão ainda maior.
O governo malaio já fez contato com duas empresas privadas, especializadas em encontrar objetos no fundo do mar, para iniciar uma possível nova fase de buscas, segundo a imprensa local.
Na segunda-feira (21), dez navios fizeram varredura em uma área de 49.491 km², dividida em três partes e localizada a 1.584 km ao noroeste de Perth, a maior cidade do oeste da Austrália. As missões de rastreamento visual procuram partes da fuselagem do avião malaio. Já as missões aéreas foram suspensas devido ao temporal que atinge a região.
Entenda o caso
O voo MH370 da Malaysia Airlines saiu de Kuala Lumpur, na Malásia, na madrugada do dia 8 de março (tarde do dia 7 no Brasil) com 239 pessoas a bordo, e deveria chegar a Pequim seis horas depois.
O avião desapareceu dos radares cerca de 40 minutos após a decolagem e mudou de rumo em uma “ação deliberada”, segundo as autoridades malaias. A aeronave atravessou o Estreito de Malaca – entre a Península Malaia e a ilha de Sumatra – e seguiu na direção contrária à de seu trajeto inicial.
Estavam a bordo do Boeing: 153 chineses, 50 malaios, sete indonésios, seis australianos, cinco indianos, quatro franceses, três americanos, dois neozelandeses, dois ucranianos, dois canadenses, um russo, um holandês, um taiwanês e dois iranianos, que usaram passaportes roubados de um italiano e de um austríaco.