Uma nova assembleia do Sindicato dos Metroviários será realizada nesta quarta-feira (11) em São Paulo para decidir se haverá paralisação nesta quinta (12), dia de abertura da Copa do Mundo na capital paulista. A reunião dos trabalhadores está prevista para as 18h30. A greve foi suspensa na noite de segunda-feira (9).

Em sua página na internet, o sindicato dos metroviários chama o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), de “autoritário”. Os sindicalistas afirmam que haverá greve caso não sejam readmitidos os 42 funcionários demitidos pelo governo estadual por causa da paralisação, que começou na quinta-feira (5) e durou cinco dias.

Alckmin afirmou na manhã de terça-feira (10) que o Metrô vai funcionar no dia da abertura da Copa e que uma eventual nova manifestação seria “oportunismo” dos metroviários. “Nós teremos tanto o Metrô quanto a CPTM. É difícil você ter no mundo um estádio que tenha na porta uma linha do Metrô, que é a Linha 3-Vermelha, e uma linha de trem, que é a Linha 11-Coral da CPTM. E entregamos todas as obras antes da abertura”, disse o governador, ao ser questionado se haveria um plano B caso ocorra uma nova paralisação.

O estádio do Corinthians, chamado de Arena Corinthians, fica ao lado das estações Arthur Alvim e Corinthians-Itaquera do Metrô e da CPTM.

Segundo Alckmin, não existe mais nenhuma discussão com a categoria dos metroviários, já que o dissídio dos profissionais foi definido em decisão judicial. “Eu espero que não pare [o Metrô]. Não tem nenhum sentido. Seria um enorme de um oportunismo fazer greve exatamente no dia da abertura da Copa. Aliás, temos duas decisões judiciais falando da abusividade da greve. Já teve o dissídio e o índice já está definido, muito superior à inflação, com ganhos reais”, declarou o governador.

Negociação
Os metroviários, que já pediram cerca de 35% de reajuste salarial, agora reivindicam 12,2%. Já o Metrô afirma que não dará mais que 8,7%. O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) julgou a greve abusiva e aumentou a previsão de multa diária de R$ 100 mil para R$ 500 mil para o sindicato, caso o Metrô não opere com 100% da capacidade nos horários de pico. Também bloqueou as contas do sindicato para garantir o pagamento de R$ 900 mil pelos dias parados.

Uma das medidas que podem ter impactado mais a greve, porém, foi a demissão de 42 funcionários na segunda-feira. As demissões ocorreram pela manhã e, à tarde, o Metrô já conseguia abrir estações que haviam ficado fechadas nos dias anteriores, como Belém, Tatuapé e Carrão.

Mais tarde na segunda, em assembleia, os trabalhadores votaram pela suspensão temporária da paralisação.