O novo Inventário Florestal Nacional, que está em andamento no Brasil, deverá ser entregue em 2017 e, além de fornecer indicadores da biodiversidade brasileira, suas informações servirão de base para o desenvolvimento de políticas públicas específicas para cada localidade, como programas de reflorestamento, combate à degradação e proteção do solo.Segundo o diretor de Pesquisa e Informações Florestais do Serviço Florestal Brasileiro, Joberto Freitas, o levantamento sobre a quantidade de biomassa e carbono armazenado também poderá ser utilizado para melhorar as informações do país em convenções da agenda ambiental.
O tema começou a ser debatido hoje (10) em Manaus no 3º Simpósio Nacional de Inventário Florestal, que termina na próxima quarta-feira (12). Durante o evento serão apresentados trabalhos científicos e experiências de países da América do Norte e do Sul em inventários florestais.
O objetivo do Serviço Florestal Brasileiro é manter o inventário atualizado, em ciclos de cinco anos. “Queremos determinar pontos permanentes de coletas de informação, para que, a cada cinco anos, o pesquisador volte ao mesmo lugar e possa medir as mudanças da cobertura vegetal, como as perdas e a fitossanidade da floresta”, explicou Freitas. Segundo o Serviço Florestal Brasileiro, o primeiro e único inventário nacional das florestas foi feito na década de 1980, com foco principal na produção de madeira. Depois disso, apenas inventários regionais foram feitos no país.
No último dia do seminário em Manaus haverá a demonstração da metodologia que vem sendo aplicada na execução do inventário nacional. Freitas explica que o trabalho começou em 2005 com as discussões sobre o método de levantamento que seria aplicado. “Foi um processo participativo, com várias oficinas para construirmos uma metodologia padronizada. Isso, no caso brasileiro, foi um desafio, pois temos seis biomas diferentes pelo país. Então a coleta de dados começou efetivamente em 2012”, disse Freitas.
O simpósio é feito em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária e tem apoio do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, da Universidade Federal do Amazonas, Agência de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas e Secretaria de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas.