O prefeito do Rio, Eduardo Paes, criticou hoje (12) a invasão de um condomínio do programa Minha Casa, Minha Vida, em Guadalupe, zona norte do Rio, que teria sido organizada por traficantes. O local é cercado por favelas com alto índice de violência. Ele disse que não cadastrará ninguém que ocupou o empreendimento. Eduardo Paes defendeu a intervenção policial para retirar as pessoas do condomínio, mesmo sem decisão judicial.
“Ocupou tem que tirar. Ali é casa para pessoas humildes. Aquilo ali [ocupação] não é uma coisa de malandro, vagabundo, que tem que sair de lá. Tem que acabar com essa história. Não vamos cadastrar ninguém. Nós vamos cadastrar quem, de maneira ordeira, entra nos programas habitacionais do município e do governo federal. A gente já construiu nessa cidade quase 60 mil unidades do Minha Casa, Minha Vida”, disse o prefeito.
Eduardo Paes acrescentou que “ocupar e desrespeitar a lei” é inaceitável. “Eu me recuso a fazer qualquer cadastro. Isso é um absurdo”, disse, acrescentando que a prefeitura não cadastrará ninguém que ocupou o local.
O prefeito ressaltou que as pessoas têm que ser retiradas do condomínio uma vez que os apartamentos são de pessoas pobres e humildes que se inscreveram no programa Minha Casa, Minha Vida e aguardaram a oportunidade de ter a sua casa própria. Segundo o prefeito, o programa possibilita o acesso a todos os brasileiros, para todas as pessoas pobres daquela faixa de renda. Ele frisou que, quem estiver precisando de moradia tem que se inscrever no programa como as pessoas que vão morar nesse condomínio fizeram.
A Polícia Militar (PM) permanece no local. O condomínio foi invadido, no domingo (9), por homens armados que renderam os seguranças do empreendimento e deram ordens para a invasão.
A Polícia Civil informou que a ocorrência foi feita na segunda-feira (10) e, a partir daí, instaurou-se um inquérito para apurar o caso. O prefeito considerou a invasão como “esbulho pocessório”, e disse que não tem que ficar aguardando decisão judicial. Segundo ele, a polícia tem que agir e impedir que esse tipo de coisa aconteça.
“É uma prova de que isso é uma indústria. Tem que parar com essa história, com essa conversa, ou vamos deixar mais um território liberado para o tráfico? É inadmissível”, defendeu Eduardo Paes.