Um exemplo de persistência e superação, é o que demonstrou o estudante Hugo César Machado Brito, 18, deficiente auditivo, ao ser aprovado em segundo lugar no vestibular de Licenciatura em Computação da Unifadra, realizado nesse ano.
Hugo completou 18 anos de idade no último dia 20, terça-feira, e a aprovação no vestibular foi o melhor presente de aniversário para ele, seus pais e familiares, o cabeleireiro Roni César de Britto, 49, e Márcia Machado de Brito, 53, e demais parentes.
A dedicação de Hugo aos estudos pode ser comprovada pelo seu pai, Roni, ao relatar a sua história, desde quando ingressou no ensino fundamental, até a quarta série, na Escola João Millan Barbosa (bairro Emílio Zanatta), depois do 5º ao terceiro ano do ensino médio na Escola Julieta Guedes de Mendonça (Vila Barros).
“Ele foi o primeiro não ouvinte no município a ser incluído na escola regular, após a criação da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva”, explica o pai.
Hugo é deficiente auditivo desde o nascimento. Aos dois anos e três meses de idade, começou o tratamento com a fonoaudióloga Ione Abonízio e também no Centrinho da USP, em Bauru (Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais), especializado também em tratamento de deficiências auditivas. A deficiência de Hugo é a perda bilateral profunda da audição.
“Graças aos tratamentos com a fonoaudióloga Ione e no Centrinho em Bauru, ao chegar à escola, Hugo já entendia as explicações dos professores (leitura labial), mesmo sem ouvir em nenhum dos ouvidos, a sua inclusão com os demais colegas de classes foi normal, ele nunca repetiu de ano e sempre ficou entre os primeiros alunos da classe”, informa o pai.
O desempenho de Hugo no ensino fundamental é resultado de esforço próprio de Hugo, ele só passou a ter acompanhamento de professora de Libras (Linguagem Brasileira de Sinais) a partir do primeiro ano do ensino médio, em 2012, até a conclusão do curso na Escola Julieta Guedes, em 2014.
“Por ser deficiente auditivo e num total de 480 alunos disputando 150 vagas ter se classificado em segundo lugar, é uma grande vitória”, comemora o pai. Hugo não fez cursinho preparatório e o vestibular na Unifadra foi o primeiro que prestou.
TRABAHO – Além do desempenho no estudo, Hugo também é dedicado no trabalho. “Em 2013, ele foi convidado por intermédio de uma ex-professora a trabalhar na empresa Aoki, onde cumpriu os 90 dias de experiências e hoje trabalha como auxiliar administrativo. “Seu sonho é trabalhar no setor de informática da empresa, por isso ele prestou vestibular nessa área”, acrescenta Roni.
Na Aoki, segundo informações da diretoria, a empresa tem grande interesse em mantê-lo no quadro de funcionários e vê perspectivas para ele no futuro.
Torcedor do Palmeiras, os pais, familiares e amigos de Hugo o veem como vencedor na vida. “Apesar de todas as barreiras, ele mostrou que é capaz de superar as dificuldades e nunca nos apresentou derrota, nos estudos sempre teve boas notas”, enfatiza o pai. Hugo já está matriculado na Unifadra e ansioso para o início das aulas.
